Tom Dumoulin aumentou a vantagem na defesa da camisola rosa (Fotografia: Twitter @GiantAlpecin) |
Estão abertas as hostilidades na Volta a Itália. Faltavam 2,6 quilómetros para meta quando Vincenzo Nibali (Astana) atacou. Mikel Landa (Sky) respondeu com a ajuda de um companheiro. Os dois grandes candidatos começavam a mostrar-se. Alejandro Valverde (Movistar) mantinha-se discreto. Era o início... do soar do alarme. Tom Dumoulin (Giant) apareceu de repente, passou por Nibali que nada fez. Ilnur Zakarin (Katusha) e Domenico Pozzovivo (AG2R) aceitaram o convite do camisola rosa e foram com ele. Na meta todos os candidatos passaram. Landa e Nibali perderam tempo... para todos.
Táctica errada, forma menos boa, seja qual for a razão o facto é simples: Dumoulin consolidou a liderança e com o contra-relógio de domingo na mira, o holandês tem tudo para ampliá-la ainda mais. Pode não ser o trepador puro tal como são Nibali ou Landa, mas os segundos que vai ganhando e que podem transformar-se em mais de um minuto para o italiano e mais de dois para o espanhol, deixam os dois ciclistas a ter trabalho para fazer.
Se Dumoulin começa a criar dores de cabeça, se calhar inesperadas, Ilnur Zakarin também deixou o sinal: está no Giro para lutar pela vitória. Foi terceiro, ainda bonificou e comprovou que está num bom momento. Pozzovivo, Rigoberto Uran (Cannondale), Johan Esteban Chavez (Orica), Rafael Majka (Tinkoff), todos aproveitaram para conquistar segundos a Nibali e Landa. Do trio de favoritos à partida do Giro, só Alejandro Valverde acabou por ganhar também um pouco de tempo: sete segundos aos dois rivais que perderam 19 para Dumoulin. Mas o espanhol da Movistar não convenceu... Estará a guardar-se para outras etapas?
Táctica errada, falta de pernas e marcação cerrada
Vincenzo Nibali era um homem desiludido. Admitiu que a táctica não foi correcta. Jakob Fuglsang saiu do grupo perseguidor numa altura em que a Astana acelerava no Roccaraso. Era claro qual o plano da equipa cazaque. Porém, o ataque de Nibali foi completamente falhado. "Foi um pouco estúpido. Não percebo porque atacou quando tinha o vento de frente", descreveu, se calhar de forma perfeita, Joe Dombrowski, que acompanhou o colega Rigoberto Uran.
Quanto a Nibali, disse que pagou pelo erro, mas parece querer minimizar o dia mau relembrando que chegou com Landa. Esta aparente marcação cerrada entre os dois poderá ser algo a explorar por outros ciclistas. Fica também a dúvida se não houve alguma falta de força para responder a todos os que resolveram deixar para trás o duo favorito. Teremos de esperar por terça-feira para voltar a ter uma etapa de montanha e tentar tirar algumas questões que ficaram nesta sexta tirada.
Tim Wellens, a táctica correcta e a dica de Dumoulin
O belga da Lotto Soudal não conseguiu entrar na fuga que vingou, mas a 76 quilómetros da meta resolveu tentar chegar-se novamente à frente, com a preciosa ajuda de Pim Ligthart. Conseguiu e no Roccaraso, a primeira chegada em alto no Giro (segunda categoria) foi sozinho, numa daquelas fugas que fica para a história do Giro. Tim Wellens arriscou e ganhou e confessou que foi Tom Dumoulin quem o aconselhou a tentar fugir na tentativa apanhar quem estava na frente.
— UCI (@UCI_cycling) 12 May 2016
É a confirmação de um jovem ciclista, 25 anos, que já conta no currículo com duas vitórias no Eneco Tour e este ano já tinha vencido uma etapa no Paris-Nice. Estreia-se agora a vencer nas grandes voltas. E foi a segunda vitória no Giro para a Lotto Soudal, depois de André Greipel vencer na quinta etapa.
Stage 6 - HIghlights por giroditalia
Confira os resultados da etapa e as classificações.
Regressam os sprinters ou dia para apostar tudo numa fuga
Depois de um dia de emoções fortes em que os candidatos apresentam as suas credenciais é a vez de "acalmar" e voltar a dar a vez aos sprinters. As atenções centram-se novamente em Marcel Kittel (Ettix-QuickStep). Como estará o alemão depois de umas tiradas mais complicadas para ele? Será que consegue continuar a ser tão dominador? Ou irá Greipel dar mais uma vitória à Lotto Soudal?
Mais uma tirada com mais de 200 quilómetros (211) - entre Sulmona e Foligno - que tem uma subida de segunda categoria logo no início. Uma excelente oportunidade para Damiano Cunego (Nippo-Vini Fantini) pontuar para a sua camisola da montanha. Quanto aos sprinters, o provável é que tenham de fazer alguma recuperação, mas há tempo e distância para tal. Porém, a cerca de 40 quilómetros da meta, espera ao pelotão uma quarta categoria.
Essa dificuldade final poderá dar ideias para algum fugitivo tentar triunfar. E se Marcel Kittel é inevitavelmente o favorito numa etapa que poderá terminar com um sprint, atenção a André Greipel. O alemão adapta-se bem (provalvemente melhor que o compatriota) a este tipo de percurso final e a Lotto Soudal terá ideias para conquistar a terceira etapa consecutiva.
Giro d'Italia 2016 - Stage 7 por giroditalia
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