(Fotografia: Twitter @CajaRural_RGA) |
José Gonçalves é um daqueles ciclistas que é quase impossível não se gostar. Uma competição em que participe certamente que não será aborrecida. O seu estilo atacante, sempre à procura de uma vitória, dá garantias de animação e bom ciclismo. Jogar à defesa não é o seu estilo, o que tem sido muito bom para a sua carreira... e para quem gosta da modalidade. Este domingo, o ciclista português juntou ao seu estilo entusiasmante um triunfo muito importante: a Volta à Turquia.
A gestão de carreira por parte de José Gonçalves tem sido inteligente. O português, de 27 anos, tem sabido aproveitar as oportunidades certas. Em 2013 deixou Portugal para rumar à equipa francesa da La Pomme Marseille, na qual ficou dois anos. Desde cedo começou a mostrar que era um ciclista destinado a outro tipo de calendários do que as provas secundárias e de mediatismo quase nulo nas quais maioritariamente a equipa competia. Pode não ter vencido nenhuma competição, mas conseguiu entrar no radar do ciclismo internacional. A Caja Rural contratou-o em 2014 e a união dificilmente podia ter sido mais perfeita.
A equipa espanhola tem dado quase sempre liberdade a José Gonçalves de tentar um bom resultado, mesmo quando não é o líder. E o português tem respondido da melhor forma. No ano passado venceu uma etapa na Volta a Portugal, mas o melhor estava guardado para a Volta a Espanha. Um palco mundial que colocaria definitivamente José Gonçalves na rota das atenções do World Tour: sétimo no contra-relógio inicial, dois quintos lugares, um terceiro e um segundo. E muitos ataques pelo meio que o tornaram num dos ciclistas mais combativos da competição. Um triunfo teria sido mais do que merecido, pelo que deverá ser seguro dizer que Gonçalves vai este ano ser novamente um dos animadores da Vuelta.
Mas até lá o que poderá fazer? Perante as palavras após a vitória na Volta à Turquia, o português não vai ficar por aqui. E sim, o objectivo está mais do que assumido publicamente: "Esta é uma vitória importante para a minha carreira visto que quero ir para uma equipa World Tour."
Mais uma vez foi o seu estilo atacante que lhe valeu o triunfo, ainda que não tenha vencido nenhuma etapa. Outra prova de inteligência. Quando foi preciso gerir, fê-lo, mas sempre à procura de estar na frente. A seu lado teve a preciosa ajuda de Ricardo Vilela, com o irmão gémeo, Domingos Gonçalves, também a marcar presença.
Porém, voltas à Turquia começam a não ser suficientes para a ambição de Gonçalves e a desilusão por não estar na Volta a Itália demonstra isso mesmo: "Estou um pouco frustrado por não levar a forma que apresento neste momento ao Giro, mas a nossa equipa não foi convidada. No entanto, o próximo grande objectivo é a Volta a Espanha, onde espero partilhar a liderança com Pello Bilbao. Quero capitalizar esta vitória na Turquia e mostrar o meu potencial."
José Gonçalves sente que chegou o momento de entrar na elite e se mantiver o nível exibicional, a mudança para o World Tour poderá ser uma inevitabilidade.
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