© João Calado |
Então temos: AG2R Citroën, Bora-Hansgrohe, Deceuninck-QuickStep, Groupama-FDJ, Ineos Grenadiers, Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux e UAE Team Emirates (lista completa de inscritos no final do texto). Com a excepção da primeira, as restantes formações têm sido presença habituais. Quanto a portugueses, teremos o trio da equipa dos Emirados Árabes Unidos: Rui Costa e os gémeos Oliveira (Ivo e Rui). João Almeida (Deceuninck-QuickStep) que em 2020 foi tão importante na vitória de Remco Evenepoel, estará novamente no Giro à procura da rosa, com o belga a regressar à competição depois de uma longa recuperação, precisamente na Volta a Itália, que arranca no sábado.
Em Portimão, primeira etapa esta quarta-feira, e em Tavira, na terceira, Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep) é talvez o maior favorito, mas vai ter concorrência. Porém, destaca-se ainda Fabio Jakobsen, que sabe o que é ganhar na Algarvia. Como se sabe continua o seu processo de recuperação física, pelo que não é candidato a vitórias. Mas será óptimo vê-lo depois do que aconteceu na época passada na Polónia.
A Bora-Hansgrohe espera que Pascal Ackermann reencontre-se com a melhor forma. O alemão tem sido muito inconstante. Contudo, quando aparece bem... Em 2021, Ackermann está a zero. Bennett tem cinco triunfos. Na Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux também se espera que Danny van Poppel possa dar uma alegria. A equipa subiu este ano a World Tour, tem sido muito activa, principalmente nas clássicas, mas falta uma vitória. Marc Sarreau (AG2R) é um sprinter tem sido um sprinter em boa forma na primeira fase da temporada, mas também ainda não ganhou.
Portanto, esta quarta-feira e sexta a não perder os sprints, que na Algarvia tendem mesmo a acontecer. As fugas nestas etapas mais planas não têm tido sucesso. Temos depois Fóia (quinta) e Malhão, que, depois de em 2020 ter sido o contra-relógio a fechar a corrida, recupera o estatuto de local da consagração, no domingo. Favoritos? É impossível não olhar para Iván Ramiro Sosa. O colombiano da Ineos Grenadiers tem no Algarve uma boa oportunidade para vencer uma corrida, sendo que este ano já conquistou o Tour de la Provence. Normalmente "tapado" para o papel de liderança, Sosa já mostrou que está disposto e preparado para aproveitar todas as oportunidades que a equipa lhe dá.
Rui Costa sabe o que é fazer pódio no Algarve (2014, com a camisola de campeão do mundo) e tem estado de olhos postos numa vitória em 2021, mas terá mais um jovem ciclista como possível rival. Lennard Kämna tem aos poucos ganho destaque na Bora-Hansgrohe, com etapas ganhas na Volta a França e Critérium du Dauphiné, além de um conjunto de exibições de luxo. Aos 24 anos pode no Algarve começar a assumir-se mais como líder para gerais e assim dar mais um passo na sua evolução, acompanhada com expectativa pelos adeptos, que procuram uma nova referência no ciclismo além do sprint ou contra-relógio. Já agora, Kämna foi campeão do mundo desta especialidade de sub-23.
ProTeams
Bingoal Pauwels Sauces WB (Bélgica), Burgos-BH, Caja Rural, Kern Pharma e Euskaltel-Euskadi (Espanha), Arkéa Samsic e Delko (França), Rally Cycling (EUA) procura contrariar um normal favoritismo que possa ser dado às equipas World Tour. Contudo, sabem que este é um pelotão que permite ambicionar a bons resultados. Alguma atenção a José Manuel Díaz da Delko. O espanhol conquistou a Volta à Turquia e tem como director desportivo um senhor do ciclismo português que conhece bem o Algarve: José Azevedo.
Continentais
Nas equipas portuguesas, olha-se sempre para um Amaro Antunes que sabe o que é vencer no Malhão, mas nunca deixou de sonhar em conquistar a geral. O algarvio, tem uma W52-FC Porto sempre com equipa forte. O único senão do vencedor da Volta a Portugal do ano passado, é que só tem um dia de corrida, na Clássica Aldeias do Xisto.
Com um pelotão internacional com menos estrelas, será interessante ver se haverá equipas portuguesas com mais ambição, do que apenas ganhar rodagem para a restante temporada. Referência para Frederico Figueiredo (Efapel) e Tiago Antunes (Tavfer-Measindot-Mortágua) que começaram muito bem 2021.
Além das nove portuguesas, há ainda a americana Hagens Berman Axeon, que no domingo venceu a Clássica da Arrábida, com Sean Quinn e conta com dois jovens ciclistas lusos: Pedro Andrade e Diogo Barbosa. São dois atletas com cujos apelidos não enganam: o primeiro é filho de Joaquim Andrade e o segundo de Cândido Barbosa. Estão numa equipa que já colocou Ruben Guerreiro, os gémeos Oliveira, João Almeida e André Carvalho no World Tour.
Pode não ser a Volta ao Algarve de outras temporadas, mas continua a ter um bom pelotão, que lhe ajuda a manter-se como das melhores corridas da ProSeries (segundo escalão) e interesse não irá certamente faltar. E uma coisa é certa: haverá um novo vencedor em 2021.
1ª etapa: Lagos-Portimão (189,5 quilómetros)
Apenas uma terceira categoria como principal dificuldade, para decidir o primeiro dono da camisola da montanha. Lagos é desta feita o ponto de partida, mas apesar da inversão de papéis das duas cidades algarvias, o resultado deverá ser o mesmo: sprint. A etapa arranca às 12h40 (partida simbólica) e a chegada está prevista para depois das 17 horas.
De recordar que não é permitido público na partida e na chegada durante os cinco dias de prova.
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