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Apesar das regras permitirem que se realizem competições na categoria de elite profissional no actual estado de emergência, o ciclismo está com dificuldades em ir para a estrada, terra batida, pista, circuito de bmx... seja qual for a vertente. Estando muitas vezes dependente do sim das Câmaras Municipais, com o confinamento a manter-se no mês de Março, como tem vindo a ser reiterado pelo governo, além da Volta ao Alentejo já adiada, as clássicas da Arrábida e da Primavera e a Prova de Abertura Região de Aveiro também são uma miragem, provas do calendário do ciclismo de estrada.
Quanto aos restantes escalões, esses terão mesmo de esperar pelo levantamento das restrições. A Federação Portuguesa de Ciclismo referiu isso mesmo em comunicado, salientando que "está a trabalhar na reorganização dos calendários desportivos amadores (de escolas a sub-23 e masters) para que a actividade possa ser retomada logo que os decretos do estado de emergência o permitam".
E acrescenta: "Atendendo à importância desportiva, mas também social e económica, do ciclismo profissional de estrada, o respectivo calendário está numa fase mais adiantada de renovação, embora esteja dependente da mobilização dos diferentes parceiros que colaboram com os organizadores, prevendo-se a retoma de competição profissional para o dia 10 de Abril."
Os ciclistas vão tentando manter o foco na preparação, apesar da incerteza. Porám, nas redes sociais, vão demonstrando a tristeza, ansiedade e até mesmo frustração por estarem impossibilitados de competir. Há que não esquecer que a Volta ao Algarve deveria ter sido disputada na semana passada, mas foi adiada para Maio (5 a 9), data ainda à espera de confirmação por parte da UCI.
Tiago Machado, da Rádio Popular-Boavista, expressou precisamente o desapontamento por o calendário não estar a ser cumprido: "Infelizmente vimos novamente o início da temporada ser adiado! O que nos deixa desapontados pois não entendemos o que de diferente temos nós das outras modalidades."
Frederico Figueiredo tenta manter a boa disposição. "Mesmo estando privados de voltar à competição, o trabalho de bastidores e o profissionalismo mantêm-se bem vivos e a lutar contra a maré. Não temos tempos fáceis pela frente, mas fácil seria baixar os braços e não pôr mãos à obra", escreveu no Facebook o reforço da Efapel.
Já João Benta é mais crítico, começando por questionar quando é que a espera chega ao fim, num texto publicado na mesma rede social. "Desde o dia 5 de Outubro de 2020 que a modalidade está suspensa em Portugal.... sim concordo que houve motivos... Mas tudo estava previsto para hoje mesmo estar a terminar a Volta ao Algarve, onde a mesma foi adiada por não haver condições para a sua realização devido ao estado pandémico do país... Mas pergunto eu e nada contra outras modalidades, porquê só o ciclismo profissional parado?!? Vivemos disto e temos famílias para sustentar...", lê-se.
O ciclista da Rádio Popular-Boavista recorda o bom exemplo da Volta a Portugal, corrida que decorreu sem que houvesse qualquer caso positivo de covid-19. "Existem propostas para o regresso com a realização de todos os testes ao covid e nem assim existe regresso?!?!", continuou.
Benta recordou com este domingo realizaram-se as corridas de ciclocrosse (feminina e masculina), dizendo que não foram necessários testes. Referiu não estar a criticar os Nacionais se terem disputado - disputaram-se num circuito fechado -, mas pergunta "qual é o requisito necessário".
"Lamento este desabafo mas chega de andar ansioso dia após dia sair para treinar e sem saber quando regressamos a colocar o dorsal... Gostava que me explicassem isso...", escreveu o ciclista (pode ler o texto na íntegra neste link).
»»Nacional de ciclocrosse e um pouco de competição num 2021 em espera««
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