© Unipublic/Charly López/La Vuelta |
Nesta Vuelta são 48 segundos ganhos por Roglic na linha da meta, sendo que ajuda e muito ter ganho quatro etapas (10 segundos cada). Carapaz somou 16 e Carthy 10, na vitória no Angliru. Mais do que fazer diferença na estrada, já faz parte do estilo de Roglic em encarar estas corridas sempre à procura de somar bonificações. No Tour acabou por não resultar, mas tem este sábado o Alto de la Covatilla para ultrapassar e assim conquistar uma grande volta em 2020, tentando repetir o triunfo em Espanha, depois de ter ganho em 2019.
Os seis segundos que amealhou em Ciudad Rodrigo podem não garantir uma vitória a Roglic, mas servem de tónico para a derradeira etapa, na qual ninguém poderá ficar à espera do esloveno falhar. É agora ou nunca. A liderança terá de ser atacada, mas o próprio Carapaz demonstrou que aqueles seis segundos não eram nada bem-vindos na perspectiva do líder da Ineos Grenadiers. Quando percebeu que Roglic ia sprintar, também acelerou, mas nada pôde fazer para evitar ter mais tempo para recuperar.
Por isso mesmo, foi ainda mais estranha a forma como a Ineos Grenadiers se desgastou nos 162 quilómetros desta sexta-feira. Principalmente, Andrey Amador, um ciclista tão importante na ajuda a Carapaz. A boa colocação do equatoriano foi um objectivo, mas, ainda assim, Amador desgastou-se muito quando não houve qualquer intenção de tentar surpreender Roglic. E não demorou muito a perceber-se que o esloveno não ia ceder tempo no sobe e desce desta etapa.
A Jumbo-Visma esteve mais dedicada a proteger o seu líder, pois na parte final foi a Movistar que assumiu a frente do grupo. Mais uma vez não foi para preparar um ataque de Enric Mas, talvez ainda a pensar no pódio. A equipa foi atrás de uma vitória de etapa com Alejandro Valverde. E neste aspecto percebe-se. Ganhar a Vuelta está fora de questão e para uma equipa com apenas duas vitórias em 2020 (!), é importante conquistar algo mais - além da camisola da juventude que Mas não deverá perder - antes da época terminar. E finaliza já em Madrid, no domingo. Não há mais corridas.
17ª etapa: Sequeros - Alto de la Covatilla, 178,2 quilómetros
La Covatilla será a segunda categoria especial depois do Angliru. Não tem as pendentes da mítica subida, como foi descrito em cima, mas a Covatilla além de ser uma subida difícil, vai ser feita com temperaturas abaixo dos 10 graus, havendo a possibilidade de chuva, ainda que seja baixa. O vento deverá rondar os 14 quilómetros/hora.
A grande questão é se Carapaz e Carthy vão deixar tudo para a última subida, ou arriscam um ataque de longe. Esta última escolha poderá ser a opção de um Enric Mas ou mesmo de Daniel Martin (Israel Start-Up Nation), dois ciclistas que poderão dar o tudo por tudo para chegar ao pódio. O espanhol está a 3:29 de Roglic e o irlandês a 1:48.
Também se poderá ver uma luta pelos restantes lugares no top dez, mas esta Vuelta chega ao penúltimo dia com a geral por decidir, sendo que 2020 fica marcado por todas as grandes voltas só terem ficado decididas no derradeiro dia (não contando com o da consagração que o Tour e a Vuelta têm). Nas outras duas houve uma reviravolta...
Classificações completas, via ProCyclingStats.
© Photo Gomez Sport/La Vuelta |
O ciclista português continua à procura de ganhar uma etapa nesta Vuelta. Desta feita não entrou na fuga, mas ficou muito próximo de vencer. Foi terceiro no sprint ganho pelo Magnus Cort, em mais uma vitória para uma EF Pro Cycling que é das equipas mais ganhadoras após o desconfinamento. Porém, Rui Costa (UAE Team Emirates) acabaria sancionado e relegado para o final do grupo devido a uma manobra que foi considerada perigosa pelos comissários.
"Estou desiludido, mas não tenho outra escolha senão aceitar. Foi um final seguro e penso que o meu sprint foi correcto. Não houve certamente uma má intenção. Vou focar-me na próxima etapa antes de Madrid", afirmou Rui Costa.
Nota: Por lapso escreveu-se que Roglic tinha ganho 58 segundos nas bonificações. São 48, pois no contra-relógio não há bonificações. Fica aqui um pedido de desculpa pelo erro.
»»Vitória de Philipsen com influência de Ivo Oliveira (e com um agradecimento emocionado)««
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