Até já pelotão, nacional e internacional |
Nestes últimos dias tem sido uma autêntica invasão de notícias sobre este coronavírus. Compreensível. O ciclismo não é excepção. Desde que a Volta aos Emirados Árabes Unidos foi suspensa já perto do fim e as equipas e staff ficaram de quarentena, que o tema começou aos poucos a tomar conta também dos meios de comunicação social que acompanham a modalidade. Sucedem-se os cancelamentos de corridas, que já vão além da China e Itália, ainda que neste último país - onde a situação na Europa é a mais grave - tenha significado a não realização de algumas das principais provas desta altura do ano, como a Strade Bianche, Milano-Sanremo e Tirreno-Adriatico.
Também a Volta a Itália vai sofrer com esta pandemia. Era para começar a 9 de Maio, na Hungria, e terminar a 31 desse mês, mas a corrida foi adiada e antes de 3 de Abril não será conhecida a nova data. Não será fácil encaixar num calendário tão preenchido e ainda mais em ano de Jogos Olímpicos (se se realizarem, claro, pois neste momento não há certezas de nada).
Todas as provas de Março foram canceladas, as de Abril também para lá caminham, sendo que, quando a situação começar a dar sinais de melhorar, irá arrancar a difícil de missão de tentar reagendar, não surpreendendo se algumas corridas só regressarem para o ano. O Paris-Nice ainda avançou, foi encurtado um dia e esperava-se que tivesse sido interrompido mais cedo. Acabou este sábado (parabéns a Max Schachmann, da Bora-Hansgrohe - segundo na Volta ao Algarve -, que merecia ser o destaque e não o coronavírus) com um pelotão reduzido, dada a debandada - mais do que justificada - de muitas equipas. Diga-se que estes cancelamentos (que se deseja que possam ser adiamentos) estende-se a todo o tipo de vertentes nesta modalidade, tal como está a acontecer com os outros desportos.
Por cá, a Clássica da Arrábida, que deveria realizar-se este domingo, também ficará à espera de nova data, enquanto a Volta ao Alentejo - que arrancaria na quarta-feira - foi cancelada. O Grande Prémio Internacional das Beiras e Serra da Estrela, marcado para Abril (de 17 a 19) também não vai disputar-se, segundo o anúncio feito na quinta-feira pela organização. A Clássica Aldeias do Xisto (5 de Abril) corre risco idêntico, ou de pelo menos de um adiamento.
Sim, é frustrante não poder ver todas estas corridas, portuguesas e estrangeiras e ainda mais sabendo que a lista poderá continuar a aumentar. Mas vive-se uma fase de excepção, exigindo-se medidas excepcionais, desejando-se que o mais rapidamente possível se volte a alguma normalidade. E claro que aqui se fala muito além do ciclismo, pois não ver ciclismo (ou futebol, basquetebol, fórmula 1...) é apenas uma pequena parte do que neste últimos dias está a mudar nas rotinas. Se for preciso ficar em casa 14 dias sem ciclismo (ou até mais), para depois poder ver as minhas queridas clássicas e para ficar 21 dias a ver o Giro, ou Tour ou Vuelta, então que assim seja. Sem pânico, sem açambarcamento, com responsabilidade e bom senso.
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