"Chegou, regressou e ganhou." É a versão de José Santos da expressão veni, vidi, vici sobre a vitória de Alberto Gallego na Prova de Abertura Região de Aveiro. O espanhol foi para a fuga logo aos cinco quilómetros, com mais ciclistas, mas no final dos 181,3, em Vagos, estava sozinho. Foi o regresso perfeito à competição de um corredor que a Rádio Popular-Boavista está a dar uma segunda oportunidade na carreira depois de quase quatro anos de suspensão.
"Conheço-o bem. Mantivemos contacto este tempo todo. Sempre lhe disse para treinar que tinha aqui uma equipa. Ele é um bom profissional e acho que ficou provado aqui", afirmou o director desportivo da equipa ao Volta ao Ciclismo. E acrescentou: "Sempre acreditei nele. Sei do valor que ele tem e da injustiça de que foi alvo."
É impossível contornar as circunstâncias pelas quais se fala de um regresso. Gallego já tinha estado na equipa portuguesa na segunda metade da época de 2014 e depois na de 2015. Quando se preparava para representar a Caja Rural, acusou estanozol, um esteróide anabolizante, foi suspenso, mas sempre defendeu a sua inocência. Então, numa carta aberta, escreveu: "Para mim é óbvio que se não tomei propositadamente e se não está nos rótulos [dos suplementos], então eu sou uma vítima". Considerou ser uma vítima de contaminação no laboratório. José Santos foi peremptório sobre o que aconteceu: "São águas passadas."
O responsável acreditava que Gallego poderia fazer uma boa corrida e admite que a vitória logo a abrir a temporada, depois de ter terminado 2019 de uma forma tão forte, dá esperança para que 2020 possa ser um ano muito positivo para a Rádio Popular-Boavista. Gallego quer contribuir para isso mesmo e, apesar da enorme emoção que não conseguia esconder na meta em Vagos, garantiu que já estava a pensar na próxima corrida, a Volta ao Algarve.
"Só correr, para mim, era uma vitória. Os culpados disto são a minha família, o José Santos... Nem sei como me sinto... É um regresso incrível, nem acredito", desabafou ao Volta ao Ciclismo, perante abraços da família, colegas e de ciclistas de outras equipas que pararam para felicitar Gallego.
Uma corrida atribulada
A Prova de Abertura Região de Aveiro foi uma corrida atribulada no arranque de temporada em Portugal. Ainda nem tinha começado e o percurso já tinha sido alterado, com as equipas devidamente informadas. O Carnaval já se começa a fazer sentir nesta zona do país e foi preciso escolher uma rota inicial um pouco diferente. De 174,5 quilómetros, passou-se para 181,3. Manteve-se a única subida categorizada em Talhadas, onde a corrida foi neutralizada durante vários minutos, com direito a paragem total. Uma queda que afectou vários ciclistas e que obrigou a intervenção de todos os meios disponíveis de socorro, levou à decisão dos comissários.
Na altura os fugitivos, Gallego, Hugo Sancho (Miranda-Mortágua), Marvin Scheulen (LA Alumínios-LA Sport) e Franklín Chacón (Gios-Kiwi Atlantico) levavam cerca de 15 minutos de vantagem. Quando a corrida retomou, tinham dez. "Isso é importante não ser esquecido. Não foi explicado porquê", salientou José Santos que, perante a vitória, não quis alimentar polémicas.
José Dias (Equipa Portugal) e Francisco Pereira (JV Perfis-Gondomar Cultural) tentaram alcançar a frente da corrida, mas nunca conseguiram lá chegar, enquanto a cerca de 20 quilómetros do final Gallego deixou os companheiros de fuga, que seriam alcançados pelo pelotão. Houve um sprint para o segundo lugar, com o venezuelano Leangel Linarez (Miranda-Mortágua) a ser o mais forte, celebrando o que pensou ser a vitória. Não se apercebeu que Gallego não tinha sido alcançado. Em terceiro ficou Luís Mendonça, um dos reforços da Efapel.
Alberto Gallego cumpriu em 4:15.59 horas os 181,3 quilómetros, que começaram a ser percorridos em Albergaria-a-Velha e passaram por Estarreja, Ovar, Murtosa, Sever do Vouga, Talhadas, Águeda, Oliveira do Bairro, Anadia, Nariz e Ílhavo. O pelotão cortou a meta em Vagos 18 segundos depois.
A Rádio Popular-Boavista ganhou ainda por equipas, enquanto a Sicasal-CM Torres Vedras foi a melhor de clube. O melhor jovem foi Fábio Costa (Kelly-InOutBuild-UDO) - sétimo na geral -, com Gallego a levar ainda a classificação da montanha. As chamadas meta particulares, duas foram ganhas por Franlin Chacón (Gios-Kiwi Atlantico) e uma por Hugo Sancho (Miranda-Mortágua).
»»Começa a época em Portugal (finalmente)««
»»Rui Costa arranca época com uma vitória, um pódio e uma polémica««
"Conheço-o bem. Mantivemos contacto este tempo todo. Sempre lhe disse para treinar que tinha aqui uma equipa. Ele é um bom profissional e acho que ficou provado aqui", afirmou o director desportivo da equipa ao Volta ao Ciclismo. E acrescentou: "Sempre acreditei nele. Sei do valor que ele tem e da injustiça de que foi alvo."
É impossível contornar as circunstâncias pelas quais se fala de um regresso. Gallego já tinha estado na equipa portuguesa na segunda metade da época de 2014 e depois na de 2015. Quando se preparava para representar a Caja Rural, acusou estanozol, um esteróide anabolizante, foi suspenso, mas sempre defendeu a sua inocência. Então, numa carta aberta, escreveu: "Para mim é óbvio que se não tomei propositadamente e se não está nos rótulos [dos suplementos], então eu sou uma vítima". Considerou ser uma vítima de contaminação no laboratório. José Santos foi peremptório sobre o que aconteceu: "São águas passadas."
O responsável acreditava que Gallego poderia fazer uma boa corrida e admite que a vitória logo a abrir a temporada, depois de ter terminado 2019 de uma forma tão forte, dá esperança para que 2020 possa ser um ano muito positivo para a Rádio Popular-Boavista. Gallego quer contribuir para isso mesmo e, apesar da enorme emoção que não conseguia esconder na meta em Vagos, garantiu que já estava a pensar na próxima corrida, a Volta ao Algarve.
"Só correr, para mim, era uma vitória. Os culpados disto são a minha família, o José Santos... Nem sei como me sinto... É um regresso incrível, nem acredito", desabafou ao Volta ao Ciclismo, perante abraços da família, colegas e de ciclistas de outras equipas que pararam para felicitar Gallego.
Uma corrida atribulada
A Prova de Abertura Região de Aveiro foi uma corrida atribulada no arranque de temporada em Portugal. Ainda nem tinha começado e o percurso já tinha sido alterado, com as equipas devidamente informadas. O Carnaval já se começa a fazer sentir nesta zona do país e foi preciso escolher uma rota inicial um pouco diferente. De 174,5 quilómetros, passou-se para 181,3. Manteve-se a única subida categorizada em Talhadas, onde a corrida foi neutralizada durante vários minutos, com direito a paragem total. Uma queda que afectou vários ciclistas e que obrigou a intervenção de todos os meios disponíveis de socorro, levou à decisão dos comissários.
Na altura os fugitivos, Gallego, Hugo Sancho (Miranda-Mortágua), Marvin Scheulen (LA Alumínios-LA Sport) e Franklín Chacón (Gios-Kiwi Atlantico) levavam cerca de 15 minutos de vantagem. Quando a corrida retomou, tinham dez. "Isso é importante não ser esquecido. Não foi explicado porquê", salientou José Santos que, perante a vitória, não quis alimentar polémicas.
José Dias (Equipa Portugal) e Francisco Pereira (JV Perfis-Gondomar Cultural) tentaram alcançar a frente da corrida, mas nunca conseguiram lá chegar, enquanto a cerca de 20 quilómetros do final Gallego deixou os companheiros de fuga, que seriam alcançados pelo pelotão. Houve um sprint para o segundo lugar, com o venezuelano Leangel Linarez (Miranda-Mortágua) a ser o mais forte, celebrando o que pensou ser a vitória. Não se apercebeu que Gallego não tinha sido alcançado. Em terceiro ficou Luís Mendonça, um dos reforços da Efapel.
Alberto Gallego cumpriu em 4:15.59 horas os 181,3 quilómetros, que começaram a ser percorridos em Albergaria-a-Velha e passaram por Estarreja, Ovar, Murtosa, Sever do Vouga, Talhadas, Águeda, Oliveira do Bairro, Anadia, Nariz e Ílhavo. O pelotão cortou a meta em Vagos 18 segundos depois.
A Rádio Popular-Boavista ganhou ainda por equipas, enquanto a Sicasal-CM Torres Vedras foi a melhor de clube. O melhor jovem foi Fábio Costa (Kelly-InOutBuild-UDO) - sétimo na geral -, com Gallego a levar ainda a classificação da montanha. As chamadas meta particulares, duas foram ganhas por Franlin Chacón (Gios-Kiwi Atlantico) e uma por Hugo Sancho (Miranda-Mortágua).
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