(Fotografia: Unipublic/Photogomez Sport) |
Os ciclistas não gostam da expressão "etapas de transição". E a 12ª da Vuelta dá-lhes muita razão. Tirando o ataque de Contador, parecia ser um dia calmo, com a Sky no seu habitual e, neste caso, descansado controlo. Uma queda e tudo muda. Uma avaria e o coração de Froome já bate mais rápido. Outra queda e já se está a ver que esta Volta a Espanha vai animar na luta pela geral. Etapas de transição? Só se for para transitar para uma corrida diferente e não para uma que parecia rumar a um resultado: vitória de Froome.
Na Vuelta, mais do que em qualquer outra corrida de três semanas, a incerteza mantém-se etapa após etapa, mesmo quando as distâncias começam a aumentar. É que de repente, tudo muda. Nibali ficou agora a 59 segundos (ganhou 20) e mesmo com os restantes a mais de dois minutos, com a montanha que aí vem só no fim-de-semana - etapa rainha no domingo -, Froome estará um pouco mais preocupado depois do que aconteceu nesta quinta-feira.
Este tipo de incidentes podem ser mais relevantes do que se possa pensar, tendo em conta que o líder da Sky nem perdeu assim tanto tempo. Porém, além das eventuais mazelas físicas (não parecem ser graves), cresce alguma insegurança interior. Froome estava com uma postura de imbatível e duas quedas numa etapa podem fazer crescer algum nervosismo e principalmente algum receio que possa acontecer algo mais de negativo. Claro que quando se fala de um ciclista da qualidade de Froome, também pode assistir-se a uma reacção feroz, para rapidamente recolocar as diferenças como estavam e mesmo ampliá-las.
Este tipo de incidentes podem ser mais relevantes do que se possa pensar, tendo em conta que o líder da Sky nem perdeu assim tanto tempo. Porém, além das eventuais mazelas físicas (não parecem ser graves), cresce alguma insegurança interior. Froome estava com uma postura de imbatível e duas quedas numa etapa podem fazer crescer algum nervosismo e principalmente algum receio que possa acontecer algo mais de negativo. Claro que quando se fala de um ciclista da qualidade de Froome, também pode assistir-se a uma reacção feroz, para rapidamente recolocar as diferenças como estavam e mesmo ampliá-las.
Ao falar-se de ciclistas deste nível, fala-se de homens com capacidade para recuperar mentalmente destes percalços. No entanto, por mais experiência que se tenha, muitas vezes há sempre algo que fica ali na cabeça a moer (passo à expressão). Compete a Nibali e a quem ainda queira reentrar na luta tirar partido disso. Contador deu o mote: atacar.
Ganhar a etapa era impossível com o grupo da frente a mais de oito minutos quando deixou a companhia de Froome e os restantes candidatos. O espanhol quis deixar uma afirmação que estava a custar acreditar: quer a etapa, é certo, mas algo mais. Se não pode ganhar irá tentar na mesma, nem que seja para estar no pódio na hora do adeus.
Quem mais beneficia é que está a assistir! O Giro foi uma corrida interessante, o Tour teve os seus momentos, mas a esta Vuelta não faltam motivos de interesse praticamente todos os dias. Ainda na quarta-feira Froome tinha ganho tempo substancial a muitos dos rivais e 24 horas depois... Foi o que se viu!
E com tanta acção entre os candidatos, pobre Tomasz Marczynski que quase é esquecido. Venceu pela segunda vez na Vuelta, mas o triunfo acabou por ficar em segundo plano. Aos 33 anos está a viver os seus momentos de glória. O polaco já tinha ganho umas corridas de menor categoria, mas conta no currículo com três títulos nacionais. Inesperadamente está a ser a figura de uma discreta Lotto Soudal, imitando Matteo Trentin (Quick-Step Floors) na repetição de uma vitória na Volta a Espanha.
(Texto continua por baixo de vídeo)
(Texto continua por baixo de vídeo)
Summary - Stage 12 - La Vuelta 2017 por la_vuelta
Esta sexta-feira a etapa é para os sprinters, em teoria, e tendo em conta que até final da Vuelta é para resolver a questão da geral, é melhor que as equipas dos poucos homens rápidos que resistem trabalhem. Mas por favor, não lhe chamem um etapa de transição!
Vandalismo, "atropelo" e empurrão. Um dia inacreditável
Vandalismo, "atropelo" e empurrão. Um dia inacreditável
Há coisas que só vistas é que se acredita e hoje foi um daqueles dia estranhos. Tudo começou com o autocarro da Aqua Blue Sport ter ardido parcialmente. O acto de vandalismo resultou para já numa detenção, com a equipa irlandesa a ter de arranjar um autocarro "normal" para continuar na Vuelta. A formação recebeu um convite para estar pela primeira vez numa grande volta e tem estado activa em algumas fugas e na disputa de sprints, por intermédio de Adam Blythe. Apesar da desilusão pelo que aconteceu, a equipa está motivada para continuar na corrida até final e contou com a ajuda das restantes.
Isto foi antes da etapa. Durante tivemos dois insólitos. Enquanto Alberto Contador tentava escapar a Froome, Nibali e companhia, um espectador entusiasmado viu passar o espanhol e lá resolveu atravessar a estrada a correr. Só se "esqueceu" foi de olhar porque é melhor fazê-lo mesmo durante uma prova de ciclismo com a estrada fechada. Vinha uma moto. Acabaram os dois no chão.
Incidente evitável, mas sem danos de maior. Já o que aconteceu com Maxim Belkov foi surreal. O russo da Katusha-Alpecin tentava apenas ultrapassar mais uma subida quando, do nada, sai um espectador que vai direito ao ciclista e o empurra. Já curto de forças e certamente surpreendido, Belkov não conseguiu evitar a queda, tendo ir para ao lado contrário das grades (ver vídeo em baixo). Um polícia no local agarrou de imediato aquela pessoa, enquanto Belkov foi ajudado por adeptos que se quer ver junto à estrada a apoiar os ciclistas. Terminou a etapa, mas até o próprio tem dificuldades em perceber o que aconteceu.
Longer one with aftermath. Seems like the Guardia Civil was going to arrest him. #LV2017 pic.twitter.com/KT4DY2oyYZ— CyclingHub (@CyclingHubTV) 31 August 2017