7 de julho de 2017

Fim-de-semana de nervos

(Fotografia: ASO/Alex Broadway)
Falta saber quem estará mais nervoso: os ciclistas ou quem está a assistir à Volta a França. Já lá vai uma semana e os principais pontos de nota não foram muito positivos. Mesmo na primeira chegada em alto, se não fosse Fabio Aru, poderia ter sido uma etapa sem história, tal como as restantes marcadas por maratonas de 200 quilómetros praticamente planos. Agora vem um fim-de-semana de montanha. Nervos no pelotão com a perspectiva de alguém tentar começar a mexer uma corrida que já tem Chris Froome de amarelo, ainda que o britânico continue sem convencer (mas a desconfiança é grande sobre esta aparente forma menos boa comparativamente com anos anteriores). Nervos também para quem assiste, pois não será exactamente inédito ter expectativas de uma excelente etapa - a pensar na de domingo - e depois ser uma desilusão. Nervos só de pensar nessa hipótese!

Alberto Contador diz que se tiver boas pernas que atacará, Nairo Quintana diz que está a sentir-se cada vez melhor, Richie Porte não diz muito, mas pelo menos já tentou na estrada mostrar algo. Chris Froome lá diz que espera que se possam fazer algumas diferenças e que é preciso controlar a corrida melhor do que na chegada a Belles Filles, quando Fabio Aru escapou. O italiano não terá mais tal liberdade segundo o britânico. Se vai atacar? Froome mantém muito o discurso que a equipa vai estar bem na última semana, certamente a pensar que ele próprio já sofreu em anos anteriores na fase final do Tour. No entanto, pode ser só uma forma de tentar "distrair" os adversários. Uma espécie de bluff, portanto.

Comecemos então pela oitava etapa, este sábado. É a chamada rompe pernas. As dificuldades não são extremas, mas é bom que ninguém tenha falhas. Mesmo que a primeira subida categorizada chegue só pouco antes dos 100 quilómetros (são 187,5 no total), antes haverá muito pouco terreno plano, exceptuando nos primeiros 28 quilómetros. Uma terceira, segunda e primeira categoria em menos de cem quilómetros têm potencial para animar, mas talvez mais para quem lute por uma etapa e aposte numa fuga. É possível que os homens da geral guardem forças para domingo. Quanto ao final, depois de passar na contagem de montanha, seguem-se alguns quilómetros marcados por terreno mais plano, mas com uma rampa de 6,1% de pendente, antes de voltar a aligeirar.


Não há grandes razões para quem assiste ter muitos nervos nesta etapa, agora no domingo... A etapa nove só peca por não terminar em alto, mas teremos três categorias especiais, duas consecutivas, além de uma segunda, duas terceiras e uma quarta. É neste dia que se espera ver quem verdadeiramente quer lutar pela vitória. Ainda falta muito para o Tour terminar, mas há que lembrar que Chris Froome já tem mais de meio minuto sobre o trio considerado o principal rival (Richie Porte, Alberto Contador e Nairo Quintana, os últimos dois têm mais de 50 segundos para recuperar), ainda que o britânico esteja agora também a preocupar-se com Fabio Aru (a 14 segundos). Depois da fantástica vitória na quinta etapa, vamos ver se o italiano da Astana está mesmo num bom momento e se poderá entrar nas contas de um luta que ainda não se percebe bem se irá existir, ou se Froome está a preparar-se para arrancar para o quarto Tour.

Não esquecer que na segunda-feira haverá tempo para recuperar forças, naquele que será o primeiro dia de descanso na Volta a França, depois de nove etapas consecutivas.



Seis milímetros para vitória

(Imagem: ASO)
Marcel Kittel está a ser o rei dos sprints desta Volta a França. Somou a terceira vitória na etapa desta sexta-feira, num daqueles photo finish nada fáceis. Seis milímetros deram vantagem ao alemão que igualou Erik Zabel com 12 etapas conquistadas no Tour, ultrapassando André Greipel. Kittel recuperou também a camisola verde.

Edvald Boasson Hagen esteve tão perto de ser um improvável vencedor. A Dimension Data vai fazer tudo para ganhar uma etapa, agora que perdeu Mark Cavendish. O campeão norueguês fez mais do que se esperava, mas aqueles seis milímetros fizeram a diferença. Michael Matthews foi teceiro, somando assim mais uns pontos para essa classificação, que continua a ambicionar ganhar, nem que seja ao estilo Peter Sagan, ou seja, procurar amealhar nos sprints intermédios agora que vem aí a montanha e que deixará os sprinters puros em dificuldades, continuando a ser também muito consistente nas chegadas em plano. Arnaud Démare não esteve tão bem, mas continua na luta por esta classificação.

Veja aqui as classificações.


Résumé - Étape 7 - Tour de France 2017 por tourdefrance


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