26 de junho de 2017

Volta a Portugal tradicional... mas com algumas tradições alteradas

Quando há um ano a Volta a Portugal não teve a chegada à Torre foi algo que pareceu estranho. Teve duas passagens, mas não terminou na Serra da Estrela. Este ano o cenário repete-se, ainda que seja apenas uma passagem. Contudo, ainda assim continua a parecer estranho não se ter habitual meta numa das míticas subidas portuguesas. Continua a parecer que falta algo. Mas a organização efectuou mais alterações e uma altera uma longa tradição: a subida à Senhora da Graça será a dia de semana (terça-feira, 8 de Agosto). A Volta começa numa sexta-feira (dia 4) e termina numa terça-feira (15), feriado nacional (Assunção de Nossa Senhora).

A nível de percurso a ideia geral é que a Volta a Portugal mantém-se fiel às etapas que têm maior potencial para contribuir para as decisões e com algumas que poderão trazer algumas surpresas, tal como aconteceu há um ano quando Rui Vinhas (W52-FC Porto) acabou por vencer. Ou seja, é uma Volta tradicional, mas com algumas tradições um pouco alteradas.

Apenas uma chegada em alto sabe a pouco, mas a dureza está patente, mesmo sem a meta na Torre. Mais uma vez os ciclistas que não são trepadores puros poderão sair beneficiados. E se forem bons contra-relogistas então podem estar na luta. O prólogo será de 5,4 quilómetros e o esforço individual que voltará a marcar o final da Volta terá uma distância de 20,1. Além das habituais grandes etapas (Senhora da Graça logo na tirada quatro e passagem na Torre e chegada à Guarda na penúltima), atenção à sexta. Com a meta em Fafe e um final em circuito que será antecedido pela subida ao Viso, uma ascensão bastante dura. Promete ser um dia interessante.

Também mais uma vez o percurso tenta que seja difícil que se façam grandes diferenças e que a Volta fique decidida muito cedo. Com etapas que podem encaixar bem em diferentes ciclistas e tendo em conta algum equilíbrio que se tem verificado este ano entre as equipas portuguesas - com a W52-FC Porto a continuar a destacar-se -, é de esperar (principalmente desejar) que apesar do percurso não ter grandes surpresas comparativamente aos anos anteriores, se possa assistir a algum espectáculo.

De destacar que o Alentejo está de regresso. O arranque da segunda etapa será em Reguengos de Monsaraz, num dia longo, com 214,7 quilómetros que terminarão na zona centro, em Castelo Branco. Nos últimos anos não têm sido muitas as vezes que se vai além Tejo, muito menos ao Algarve, que continua de fora, mesmo que lá estejam duas das seis equipas de elite nacionais.

Em 2017 a Volta a Portugal celebra 90 anos desde que foi pela primeira vez para a estrada. Estarão presentes 14 equipas estrangeiras, com destaque para a presença de duas do escalão Profissional Continental: a CCC Sprandi Polkowice (formação polaca que esteve no Giro) e a Israel Cycling Academy. A Caja Rural, uma presença tão habitual na corrida portuguesa, não virá este ano. Isso significa que não se verá Rafael Reis, ciclista que em 2016 ganhou o prólogo e vestiu a camisola amarela por um dia, então ao serviço da W52-FC Porto. As restantes equipas são do mesmo escalão das portuguesas, Continentais, e o mais provável (muito mesmo) é que seja entre as formações nacionais que se discuta a Volta e as vitórias de etapa.

Pode ver aqui em pormenor as etapas da 79ª edição da Volta a Portugal.

Além das duas equipas já referidas e das seis nacionais (Efapel, LA Alumínio-Metalusa-BlackJack, Louletano-Hospital de Loulé, Sporting-Tavira, Rádio Popular-Boavista e W52-FC Porto), as restantes equipas que estarão na Volta são: Armée de Terre (França), Bike Aid (Alemanha), CK Pribram Fany Gastro (República Checa), Euskadi Basque Country - Murias (Espanha), GM Europa Ovini (Itália), H&R Block Pro Cycling Team (Canadá), JLT Condor (Grã-Bretanha), Kuwait-Cartucho.es (Kuwait), Metec-TKH Continental Cycling Team P/B Mantel (Holanda), Team Dauner D&DQ Akkon (Alemanha), Team Vorarlberg (Áustria) e Unieuro Trevigiani-Hemus 1896 (Bulgária). Esta última tem no seu plantel o jovem talento português João Almeida (18 anos).




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