"Eu sei que os organizadores estão sob pressão para nos mandar para casa, mas a culpa não é da equipa. Se alguém provar que eu aconselhei os meus ciclistas a doparem-se, então podem rasgar a minha licença." O director da Bardiani-CSF teme o pior. A confirmação do positivo das contra-análises de Pirazzi e Ruffoni chegou antes da etapa 13 da Volta a Itália. Bruno Reverberi deixou o apelo para que não castiguem a equipa por aquilo que diz ter sido um disparate de dois ciclistas, não acreditando na versão de ambos, que dizem não terem tomado nada proibido intencionalmente. "Já ouvi esse disparate demasiada vezes", desabafou Reverberi à Gazzetta dello Sport. Stefano Pirazzi (30 anos) e Nicola Ruffoni (26) foram afastados no dia antes do Giro começar, horas depois da cerimónia da apresentação, na qual ainda participaram. Hoje foram despedidos e ficam com a carreira em risco, pois arriscam uma pesada suspensão.
Ao conhecer os resultados da contra-análise, a Bardiani-CSF informou de imediato que tinha iniciado o processo de despedimento e que "reserva o direito de proceder legalmente contra Pirazzi e Ruffoni para proteger a imagem da equipa e dos patrocinadores". Porém, Reverberi questiona como é possível quantificar os danos provocados pelos dois casos de doping de dois dos principais ciclistas da formação italiana. O responsável pela formação não consegue esconder a tristeza: "Estou desfeito, apetece-me chorar. Só consigo pensar nos patrocinadores que nunca nos pressionarem para obter resultados. Quero desistir. O ciclismo é a minha paixão. Tenho 75 anos e esta está a ser a minha 36ª Volta a Itália. Que diferença me faz mais uma vitória?"
O pesadelo pode muito bem estar apenas a começar. Um efeito imediato poderá ser a expulsão do Giro, ainda que até ao momento não houve qualquer comentário por parte da organização da corrida sobre a contra-análise. O director da prova, Mauro Vegni, não o fez logo quando se teve conhecimento dos casos para evitar problemas legais caso as contra-análises fossem negativas. Porém, afirmou na altura que poderia processar a Bardiani-CSF por danos causados à imagem do Giro. E este poderá ser o segundo problema para a equipa do escalão Profissional Continental. A formação poderá enfrentar um processo no qual arrisca ter de pagar uma elevada compensação à organização do Giro.
O terceiro problema, e esse deverá ser rapidamente conhecido, é a mais que provável suspensão por parte da UCI que poderá ser até 45 dias, por ter tido dois casos positivos de doping. E este ano já três equipas foram suspensas: a brasileira Funvic, também do segundo escalão, e as continentais Elkov-Author (República Checa) e Pishgaman (Irão).
Quanto a Pirazzi e Ruffoni podem ter de enfrentar o final da carreira. Ambos testaram positivo por uma substância que estimula o crescimento hormonal dos ciclistas, permitindo uma melhor recuperação e ganho de massa muscular. Há um exemplo recente: a colombiana Maria Luisa Calle deu positivo em 2015 por uma substância idêntica e cumpre uma suspensão de quatro anos.
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