(Fotografia: Giro d'Italia) |
Vejamos: Quintana (Movistar) é o líder com 39 segundos sobre Nibali, 43 sobre Pinot e os tais 53 sobre Dumoulin. Dos ciclistas presentes no Giro é aquele que é visto como o melhor voltista do momento - por lá faltam, claro, Chris Froome e Alberto Contador - e era o candidato dos candidatos quando a corrida começou. Porém, as suas exibições em Itália não convenceram e com apenas o contra-relógio para definir o vencedor, Quintana consegue agora ser o candidato mais forte a ficar fora do pódio. No primeiro esforço individual, na 10ª etapa, Quintana perdeu cerca de quatro segundos por quilómetro para Dumoulin. Foram 39,8. neste domingo serão 29,3. Além do factor óbvio da menor distância, coloca-se também a questão que entretanto os ciclistas passaram pelas principais montanhas da prova, o que faz que o desgaste seja muito maior e poderá provocar algumas dificuldades a Dumoulin para voltar a estar a tão bom nível. Sendo uma etapa mais curta, Quintana, mesmo cansado, terá uma melhor oportunidade para se tentar defender. No entanto, Dumoulin "só" tem de recuperar cerca de dois segundos por quilómetro ao colombiano.
Nibali (Bahrain-Merida) é segundo e até tem capacidade para ele próprio tirar Quintana da liderança, contudo, tem um problema chamado Thibaut Pinot. O francês da FDJ teve uma melhoria incrível nos últimos dois anos no contra-relógio, sendo inclusivamente o campeão nacional da especialidade. O primeiro não lhe correu nada bem. Foi com pretensões de até tentar vencer essa etapa, mas acabou a 2:42 de Dumoulin. Porém, há que ter em conta que Pinot foi provavelmente o ciclista mais forte nesta terceira semana, pelo que é também ele neste momento um candidato a vencer o Giro. No entanto, Pinot, Nibali e Quintana estarão sempre dependentes do que irá fazer Dumoulin.
Portanto, o quarto classificado é o favorito para ganhar o Giro, o terceiro também pode vencer, mas, quanto muito, tem tudo para ser segundo. O segundo pode descer a terceiro e o líder arrisca a nem ir ao pódio. Se alguém se lembrar de algo idêntico alguma vez ter acontecido numa grande volta, por favor partilhe!
Ilnur Zakarin (a 1:15) e Domenico Pozzovivo (1:30) não estão longe, é certo, mas o russo da Katusha-Alpecin sabe que tem muito a melhorar no contra-relógio comparativamente com os três ciclistas que estão à sua frente. Porém, Quintana é um alvo que Zakarin poderá ter na sua mira, ainda que a diferença deverá ser grande de mais, tendo em conta que Quintana não irá poupar qualquer energia. Quanto a Pozzovivo, o ciclista da AG2R esteve muito bem neste Giro, mas o contra-relógio não é para ele e a preocupação do italiano será defender a sua posição, tendo quase dois minutos para gerir para Bauke Mollema (Trek-Segafredo).
São 29,3 quilómetros para decidir um Giro que viveu de um super Dumoulin e das últimas duas etapas em que finalmente houve emoção, além, claro, da paragem muito pouco estratégica do holandês devido à... dor de barriga!
Última etapa de montanha com todos ao ataque e sem poupanças de esforços
Antes do contra-relógio foi o tudo por tudo para ganhar tempo a Dumoulin, enquanto o holandês deu tudo o que tinha e não tinha para não ceder muito mais. No final perdeu 15 segundos. Terá sido de mais? Quintana e Nibali deveriam ter conseguido uma vantagem maior? Não vale a pena especular. Este domingo já vamos conhecer a resposta.
A verdade é que foi uma etapa ao estilo do que se costuma ver no Giro. Todos ao ataque. Na frente juntaram-se Zakarin e Pozzovivo, depois apanhados por Nibali, Quintana e um Pinot que ao perceber que não ia conseguir ganhar muito tempo na estrada, lutou pela etapa e pelos dez segundos de bonificação. O francês confirmou o seu bom momento nesta terceira semana com a conquista da tirada.
Atrás deste grupo estava Dumoulin, Bob Jungels (Quick-Step Floors), Adam Yates (Orica-Scott) e Bauke Mollema (Trek-Segafredo). Que bem trabalharam todos, unidos quase em torno do holandês, já que para os restantes o objectivo não era mais do que não perder muito tempo, que ainda assim não faria grande diferença. A aliança com Jungels foi a mais visível, com o luxemburguês a passar muito tempo na frente. Não surpreendeu que no final Dumoulin tenha feito um agradecimento público aos três companheiros de ocasião, admitindo que sem eles teria perdido mais tempo.
Um bom espectáculo para preparar um último acto como se queria (da perspectiva de quem assiste ao Giro, claro): indefinição do vencedor até final. Da última vez que um contra-relógio fechou uma Volta a Itália, em 2012, Ryder Hesjedal tirou a tão desejada vitória numa grande volta a Joaquim Rodríguez, que perdeu a rosa e ficou em segundo. Hesjedal tornou-se no primeiro canadiano a vencer uma competição de três semanas. Irá a história repetir-se, mas com protagonistas diferentes? Ou irá Quintana fazer o que ninguém parece acreditar e ficar com a maglia rosa do Giro100?
Em discussão estará ainda a camisola branca da juventude com 28 segundos a separar Bob Jungels de Adam Yates, com o britânico a ter uma missão muito difícil pela frente para manter a liderança, tendo em conta a superioridade do luxemburguês no esforço individual. Já Fernando Gaviria (Quick-Step Floors) irá ficar com a maglia ciclamino, somando 325 pontos, contra os 192 de Jasper Stuyven (Trek-Segafredo), enquanto Mikel Landa é o rei da montanha, ficando com a camisola azul ao somar mais 106 pontos que Luis Leon Sánchez (Astana). Por equipas, a Movistar só não ganha se desistir em bloco, tendo em conta que tem 57:06 minutos sobre a AG2R.
Veja aqui o resultado da 20ª etapa e como estão as classificações antes do derradeiro dia do Giro100.
Giro d'Italia - Stage 20 - Highlight por giroditalia
»»Batalha na estrada, rumor que lançou a confusão, pazes feitas, vitória de Landa, Quintana de rosa. Que grande dia no Giro!««
»»Dumoulin e o desejo de ver Quintana e Nibali fora do pódio (agora é que o Giro anima de vez)««
São 29,3 quilómetros para decidir um Giro que viveu de um super Dumoulin e das últimas duas etapas em que finalmente houve emoção, além, claro, da paragem muito pouco estratégica do holandês devido à... dor de barriga!
Última etapa de montanha com todos ao ataque e sem poupanças de esforços
Pinot venceu a 20ª etapa (Fotografia: Giro d'Italia) |
A verdade é que foi uma etapa ao estilo do que se costuma ver no Giro. Todos ao ataque. Na frente juntaram-se Zakarin e Pozzovivo, depois apanhados por Nibali, Quintana e um Pinot que ao perceber que não ia conseguir ganhar muito tempo na estrada, lutou pela etapa e pelos dez segundos de bonificação. O francês confirmou o seu bom momento nesta terceira semana com a conquista da tirada.
Atrás deste grupo estava Dumoulin, Bob Jungels (Quick-Step Floors), Adam Yates (Orica-Scott) e Bauke Mollema (Trek-Segafredo). Que bem trabalharam todos, unidos quase em torno do holandês, já que para os restantes o objectivo não era mais do que não perder muito tempo, que ainda assim não faria grande diferença. A aliança com Jungels foi a mais visível, com o luxemburguês a passar muito tempo na frente. Não surpreendeu que no final Dumoulin tenha feito um agradecimento público aos três companheiros de ocasião, admitindo que sem eles teria perdido mais tempo.
Um bom espectáculo para preparar um último acto como se queria (da perspectiva de quem assiste ao Giro, claro): indefinição do vencedor até final. Da última vez que um contra-relógio fechou uma Volta a Itália, em 2012, Ryder Hesjedal tirou a tão desejada vitória numa grande volta a Joaquim Rodríguez, que perdeu a rosa e ficou em segundo. Hesjedal tornou-se no primeiro canadiano a vencer uma competição de três semanas. Irá a história repetir-se, mas com protagonistas diferentes? Ou irá Quintana fazer o que ninguém parece acreditar e ficar com a maglia rosa do Giro100?
Em discussão estará ainda a camisola branca da juventude com 28 segundos a separar Bob Jungels de Adam Yates, com o britânico a ter uma missão muito difícil pela frente para manter a liderança, tendo em conta a superioridade do luxemburguês no esforço individual. Já Fernando Gaviria (Quick-Step Floors) irá ficar com a maglia ciclamino, somando 325 pontos, contra os 192 de Jasper Stuyven (Trek-Segafredo), enquanto Mikel Landa é o rei da montanha, ficando com a camisola azul ao somar mais 106 pontos que Luis Leon Sánchez (Astana). Por equipas, a Movistar só não ganha se desistir em bloco, tendo em conta que tem 57:06 minutos sobre a AG2R.
Veja aqui o resultado da 20ª etapa e como estão as classificações antes do derradeiro dia do Giro100.
Giro d'Italia - Stage 20 - Highlight por giroditalia
»»Batalha na estrada, rumor que lançou a confusão, pazes feitas, vitória de Landa, Quintana de rosa. Que grande dia no Giro!««
»»Dumoulin e o desejo de ver Quintana e Nibali fora do pódio (agora é que o Giro anima de vez)««
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