(Fotografia: Wikimedia Commons) |
Numa era em que Bélgica, Itália e França eram as grandes potências do ciclismo, os gauleses não encontravam forma de conquistar um Giro. Jean Alavoine foi terceiro em 1920, Louison Bobet ficou em segundo em 1957, mas foi preciso esperar por 1960 para que finalmente um francês inscrevesse o seu nome na Volta a Itália. E teve de ser um dos principais ciclistas da história do ciclismo francês: Jacques Anquetil.
Três anos antes, este brilhante ciclista tinha arrasado a concorrência no Tour, vencendo com quase 15 minutos de vantagem perante o belga Marcel Janssens. Tinha apenas 23 anos, mas uma ambição enorme. No Giro não foi tão dominador, mas venceu por 28 segundos o italiano Gastone Nencini e deixou ainda para trás o luxemburguês Charly Gaul. Ambos os corredores já tinham vencido a Volta a Itália. Foi o início da era Anquetil que só voltou a ganhar o Giro em 1964, mas entre 61 e 64 foi rei e senhor no Tour e em 63 somou ainda uma Vuelta. Em Itália, o francês venceria também seis etapas. Na sua última conquista, quando passou por Roma, Anquetil até teve direito a uma benção papal. Nunca mais ganhou nenhuma grande volta depois daquele fantástico ano.
Porém, os ciclistas franceses não conseguiam ter o sucesso que alcançavam na sua grande volta, ao contrário dos italianos, que não só dominavam em casa, como ainda iam até França ganhar alguns Tours. Depois de Anquetil, Bernard Hinault conquistou a Volta a Itália em 1980, 82 e 85 e Laurent Fignon em 1989. Nesta altura, já tinha começado o jejum de vitórias francesas no Tour, que duram desde 85. Hinault foi o último a ganhar. A toda poderosa França nunca conseguiu singrar em Itália e perdeu força no ciclismo com o passar dos anos. Em 2017 Thibaut Pinot (FDJ) aparece com a vontade de quebrar o longo hiato. Talvez possa ser ele o próximo francês a fazer parte das histórias do Giro...
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