Michal Kwiatkowski é o outro grande nome desta fase do ano e o polaco da Sky parecia estar a caminho de juntar uma Amstel à Strade Bianche e à Milano-Sanremo. Foi traído pelas suas forças e por um Gilbert que as foi buscar quando parecia já não as ter. Aos 34 anos não há dúvida que o belga está a viver uma nova fase de glória na carreira e é impossível para quem gosta de ciclismo não se render a este corredor de excelência quando está em forma.
Foi naquele fantástico 2011 que Gilbert alcançou um dos resultados mais bonitos da sua carreira. Venceu a Amstel Gold Race, Flèche Wallonne e Liège-Bastogne-Liège. Antes já era um dos ciclistas que a Bélgica idolatrava, juntamente com Tom Boonen. Mas em 2011, Gilbert parecia estar destinado a uma carreira ao nível dos grandes nomes do ciclismo do seu país. Deixou a Omega Pharma-Lotto (actual Lotto Soudal) e foi para a poderosa BMC. Não se pode dizer que tenha fracassado, afinal até conta com um título mundial, uma Amstel Gold Race e outras vitórias. No entanto, aquela estrelinha de campeão, do Gilbert quase imbatível em certas corridas, apagou-se.
Mas não, Gilbert não estava acabado como se chegou a temar. Gilbert não estava velho para regressar ao seu melhor. Precisava claramente de uma mudança, de uma equipa em que se voltasse a sentir como um líder que tivesse a completa confiança dos colegas e directores desportivos. Precisava que o fizessem sentir que era um vencedor. Só um ciclista com as características de um lutador, aliadas à inteligência táctica, alguma dose de loucura (a Volta a Flandres foi um bom exemplo disso) e muito confiante poderia ter feito aquele esforço final para apanhar um Kwiatkowski que já olhava para o risco de meta a aproximar-se com ele em primeiro. Gilbert foi lá, Gilbert passou o polaco e ainda teve tempo de celebrar. Foi simplesmente brilhante, emocionante... foi Gilbert. Bem-vindo novamente às grandes vitórias.
Será que vai conseguir outra tripla? Perante os resultados deste ano, há que acreditar que é bem possível. Claro que terá uma concorrência feroz, a começar por Michal Kwiatkowski e também por Alejandro Valverde. É raro, mas o espanhol da Movistar desta vez falhou o timing de ficar na frente da corrida. Quando tentou, já não houve forças do grupo que fez a perseguição aos ciclistas da frente. E mesmo com o colega José Joaquín Rojas na frente, Valverde tinha toda a permissão para atacar, mas nem com um parceiro de ocasião de luxo, Greg van Avermaet, conseguiu. Num ano que está a ser dos melhores da carreira do "Bala", ainda não foi desta que conquistou a Amstel Gold Race. Agora vai apontar a uma quinta Flèche Wallonne (quarta consecutiva) e a mais um monumento na Liège-Bastogne-Liège, que já venceu três vezes.
Seria injusto não referir Michael Albasini. O suíço da Orica-Scott pode não ser um ciclista de grandes vitórias, mas tem o mérito de saber aproveitar as oportunidades que lhe vão surgindo. E na Amstel Gold Race agarrou mais uma. Não conseguiu ir com o duo fantástico que se isolou na frente a poucos quilómetros da meta, mas não baixou os braços para aos 36 anos subir a mais um pódio. Albasini é um daqueles ciclistas que as equipas gostam de ter. É de confiança tanto no trabalho em prol de outros, como em ir à procura de um resultado quando assim se proporciona.
Quanto aos portugueses, Rui Costa (UAE Team Emirates) trabalhou muito. Teve mérito na forma como tudo fez para apanhar o grupo de Avermaet e Valverde, depois de ter sido obrigado a uma recuperação complicada devido a um furo a 60 quilómetros da meta e quando a corrida estava a ser lançada pela BMC. Acabou por não resultar, mas o próprio já escreveu no seu Facebook que se sente bem para atacar a Flèche Wallonne, na próxima quarta-feira. Rui Costa foi 38º a 1:11 minuto do vencedor. Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo) terminou na 75ª posição, a 9:21 minutos e o colega de equipa André Cardoso foi 93º, a 10:26.
De referir ainda que a organização da Amstel Gold Race resolveu este ano tirar o Cauberg como subida decisiva, pouco antes da meta. Quando há algo que resulta e é alterado, há tendência a desconfiar, mas esta foi uma mudança que de facto proporcionou outro espectáculo, que fez com que a corrida fosse atacada muito mais cedo. O Cauberg esteve lá, por três vezes, mas não foi preciso esperar por ele para se ver mais acção.
Numa última nota, este ano as senhoras também têm a sua semana das Ardenas. A holandesa Anna van der Breggen venceu a Amstel Gold Race, com a colega da Boels-Dolmans, Lizzie Deignan a ficar em segundo. O pódio foi fechado pela polava Katarzyna Niewiadomak (WM3 Energie).
A chamada semana das Ardenas prossegue agora com a Flèche Wallonne.
Confira aqui a classificação da 52ª edição da Amstel Gold Race.
»»Ardenas e um aguardado embate Valverde vs Gilbert««
»»Épico Gilbert reacende sonho dos cinco monumentos««
»»Polícia encontrou quase todas as bicicletas roubadas à equipa polaca CCC««
Foi naquele fantástico 2011 que Gilbert alcançou um dos resultados mais bonitos da sua carreira. Venceu a Amstel Gold Race, Flèche Wallonne e Liège-Bastogne-Liège. Antes já era um dos ciclistas que a Bélgica idolatrava, juntamente com Tom Boonen. Mas em 2011, Gilbert parecia estar destinado a uma carreira ao nível dos grandes nomes do ciclismo do seu país. Deixou a Omega Pharma-Lotto (actual Lotto Soudal) e foi para a poderosa BMC. Não se pode dizer que tenha fracassado, afinal até conta com um título mundial, uma Amstel Gold Race e outras vitórias. No entanto, aquela estrelinha de campeão, do Gilbert quase imbatível em certas corridas, apagou-se.
Mas não, Gilbert não estava acabado como se chegou a temar. Gilbert não estava velho para regressar ao seu melhor. Precisava claramente de uma mudança, de uma equipa em que se voltasse a sentir como um líder que tivesse a completa confiança dos colegas e directores desportivos. Precisava que o fizessem sentir que era um vencedor. Só um ciclista com as características de um lutador, aliadas à inteligência táctica, alguma dose de loucura (a Volta a Flandres foi um bom exemplo disso) e muito confiante poderia ter feito aquele esforço final para apanhar um Kwiatkowski que já olhava para o risco de meta a aproximar-se com ele em primeiro. Gilbert foi lá, Gilbert passou o polaco e ainda teve tempo de celebrar. Foi simplesmente brilhante, emocionante... foi Gilbert. Bem-vindo novamente às grandes vitórias.
Será que vai conseguir outra tripla? Perante os resultados deste ano, há que acreditar que é bem possível. Claro que terá uma concorrência feroz, a começar por Michal Kwiatkowski e também por Alejandro Valverde. É raro, mas o espanhol da Movistar desta vez falhou o timing de ficar na frente da corrida. Quando tentou, já não houve forças do grupo que fez a perseguição aos ciclistas da frente. E mesmo com o colega José Joaquín Rojas na frente, Valverde tinha toda a permissão para atacar, mas nem com um parceiro de ocasião de luxo, Greg van Avermaet, conseguiu. Num ano que está a ser dos melhores da carreira do "Bala", ainda não foi desta que conquistou a Amstel Gold Race. Agora vai apontar a uma quinta Flèche Wallonne (quarta consecutiva) e a mais um monumento na Liège-Bastogne-Liège, que já venceu três vezes.
Seria injusto não referir Michael Albasini. O suíço da Orica-Scott pode não ser um ciclista de grandes vitórias, mas tem o mérito de saber aproveitar as oportunidades que lhe vão surgindo. E na Amstel Gold Race agarrou mais uma. Não conseguiu ir com o duo fantástico que se isolou na frente a poucos quilómetros da meta, mas não baixou os braços para aos 36 anos subir a mais um pódio. Albasini é um daqueles ciclistas que as equipas gostam de ter. É de confiança tanto no trabalho em prol de outros, como em ir à procura de um resultado quando assim se proporciona.
Quanto aos portugueses, Rui Costa (UAE Team Emirates) trabalhou muito. Teve mérito na forma como tudo fez para apanhar o grupo de Avermaet e Valverde, depois de ter sido obrigado a uma recuperação complicada devido a um furo a 60 quilómetros da meta e quando a corrida estava a ser lançada pela BMC. Acabou por não resultar, mas o próprio já escreveu no seu Facebook que se sente bem para atacar a Flèche Wallonne, na próxima quarta-feira. Rui Costa foi 38º a 1:11 minuto do vencedor. Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo) terminou na 75ª posição, a 9:21 minutos e o colega de equipa André Cardoso foi 93º, a 10:26.
De referir ainda que a organização da Amstel Gold Race resolveu este ano tirar o Cauberg como subida decisiva, pouco antes da meta. Quando há algo que resulta e é alterado, há tendência a desconfiar, mas esta foi uma mudança que de facto proporcionou outro espectáculo, que fez com que a corrida fosse atacada muito mais cedo. O Cauberg esteve lá, por três vezes, mas não foi preciso esperar por ele para se ver mais acção.
Numa última nota, este ano as senhoras também têm a sua semana das Ardenas. A holandesa Anna van der Breggen venceu a Amstel Gold Race, com a colega da Boels-Dolmans, Lizzie Deignan a ficar em segundo. O pódio foi fechado pela polava Katarzyna Niewiadomak (WM3 Energie).
A chamada semana das Ardenas prossegue agora com a Flèche Wallonne.
Confira aqui a classificação da 52ª edição da Amstel Gold Race.
»»Ardenas e um aguardado embate Valverde vs Gilbert««
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»»Polícia encontrou quase todas as bicicletas roubadas à equipa polaca CCC««
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