Mateo Garcia foi uma das surpresas da Efapel para 2017. Por um lado, a equipa foi autora da contratação mais mediática, Sérgio Paulinho, por outro foi até à Colômbia buscar um sub-23 desconhecido, mas com uma ambição bem à medida de um país que tem visto vários corredores de grande talento chegaram ao mais alto nível do ciclismo. Tem apenas 20 anos, mas uma vontade enorme de rapidamente chegar ao World Tour. Contudo, quer primeiro impressionar na Efapel e aprender o máximo que puder ao lado de Sérgio Paulinho, ciclista por quem demonstra um enorme respeito e que vê como um importante professor para conseguir alcançar os seus objectivos.
O jovem corredor está disposto a grandes sacrifícios para lutar pelo seu sonho. Foi por isso que deixou Itagüí, onde vivem os seus familiares e rumou a Portugal, onde diz ter encontrado uma nova família: os seus companheiros de equipa e responsáveis da Efapel. "Estou a ser muito bem tratado. Está a ser uma maravilha. Sinto-me como parte de uma grande família", salientou ao Volta ao Ciclismo. Mateo Garcia terá a oportunidade de regressar à Colômbia, mas a maior parte do ano será passado em Portugal, a treinar para trabalhar a sua evolução. Bom trepador e com qualidade no contra-relógio, o director desportivo, Américo Silva, vê no colombiano um ciclista com potencial, que neste momento tem algo muito a sua favor: a vontade de aprender.
"Se eu ajudar e a equipa conseguir resultados, penso que aqui na Europa os responsáveis vão gostar de ver que sou um jovem trabalhador e que pensa nos companheiros"
Além da ambição, Mateo Garcia demonstra também uma enorme humildade. "Podem esperar de mim sempre uma grande amizade. Vou querer sempre ajudar e estarei sempre à disposição dos meus companheiros e das pessoas que queiram que eu faça algo nas corridas. Vou dar sempre o meu melhor na estrada", afirmou. Apesar de dizer que quer mostrar-se na Efapel, coloca em primeiro lugar a sua função como homem de trabalho, na esperança que a sua dedicação possa cativar outros directores desportivos: "Se eu ajudar e a equipa conseguir resultados, penso que aqui na Europa os responsáveis vão gostar de ver que sou um jovem trabalhador e que pensa nos companheiros."
Mas um passo de cada vez. E o primeiro é para ser dado na Efapel, onde acabou por ter a sorte de coincidir com um ciclista com uma longa experiência no World Tour. "Quero dar o meu melhor pela equipa e aprender com os grandes ciclistas, como o Sérgio Paulinho", referiu. "É muito importante ter alguém com a experiência dele porque posso aprender muitas coisas, como a melhor forma de me alimentar e de estar na estrada, por exemplo", acrescentou. Também Américo Silva tem tido um papel fundamental no crescimento e motivação do colombiano: "Ele diz-me para ser uma boa pessoa, bom companheiro, que melhore nos aspectos da alimentação, nos treinos e que esteja muito tranquilo. E que aprenda, que aprenda com o grupo."
"[O Óscar Sevilla] e é o meu ídolo. É muito profissional em tudo o que faz. Gostaria um dia ser como ele"
Da Colômbia têm chegado ao pelotão internacional alguns dos principais nomes do ciclismo actual. Nairo Quintana, Rigoberto Uran, os irmãos Henao, Jarlinson Pantano, para referir apenas alguns dos melhores trepadores. Porém, não é nenhum dos seus compatriotas que Mateo Garcia mais admira. O jovem diz que quer ser como um ciclista que foi seu companheiro na EPM-UNE-Área Metropolitana: Óscar Sevilla. O corredor espanhol, que teve a sua melhor fase na primeira década do século XXI, continua a competir aos 40 anos na Colômbia, país que o apaixonou e que o motiva a manter-se no activo. "Ele é o meu ídolo. É muito profissional em tudo o que faz", frisou Mateo Garcia, que não esconde que nutre uma profunda admiração por Sevilla.
Garcia tem sido escolha para as primeiras competições do ano da Efapel. Tem cumprido o seu papel, mas Américo Silva não espera que o jovem ciclista venha a alcançar resultados de nota a curto prazo, precisando de evoluir alguns aspectos primeiro. Porém, Mateo Garcia procura a sua oportunidade para mostrar o seu talento, pois não esconde que "dentro de um ou dois anos" quer estar no World Tour.
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