(Fotografia: Facebook Paris-Nice) |
A chamada corrida do sol não brilhou mais uma vez para Alberto Contador, ainda que já a tenha conquistado em 2007 e 2010. Sol também não se viu muito nuns primeiros dias de autêntico temporal e de baixas temperaturas. E o mau tempo, principalmente o vento, trocou as voltas ao espanhol e a Richie Porte. No entanto, o ciclista da Trek-Segafredo ainda se conseguiu manter na discussão, já ao da BMC restou lutar por uma etapa, que conseguiu. E atenção ao australiano, parece estar cada vez melhor e poderá ser um homem a ter em conta (e muito) para a Volta a França.
Mas o Paris-Nice teve outros destaques. Nos sprints, Arnaud Démare (FDJ) deixou um sério aviso que quer estar na luta para repetir a vitória de há um ano na Milano-Sanremo, monumento que se realiza no próximo sábado. André Greipel (Lotto Soudal) cumpriu, Sonny Colbrelli (Bahrain-Merida) conquistou a sua primeira vitória no World Tour e Sam Bennett (Bora-Hansgrohe) deu sinal à equipa que podem confiar nele. Simon Yates (Orica-Scott) caminha para um bom momento de forma, rumo à Volta a Itália, contudo, uma das grandes estrelas foi Julian Alaphilippe. O ciclista da Quick-Step Floors está passo a passo a tornar-se num super ciclista. Foi simplesmente brilhante na crono-escalada, mas acabou por não aguentar nas derradeiras etapas de montanha. Porém, o quinto lugar é mais uma excelente referência e agora a questão é: em que tipo de ciclista vai evoluir? É bom em corridas de uma semana, é bom nas clássicas como as das Ardenas e tem muito potencial para provas de três semanas. Com apenas 24 anos, Alaphilippe tem uma qualidade que deixa os franceses a sonhar alto. E com razão!
(Fotografia: Facebook Paris-Nice) |
Aos 29 anos, Henao dá o sinal que não quer ser um esperança que nunca se confirmou. Sabe que onde está Chris Froome, nunca será líder, mas também sabe que pode conquistar mais vitórias. Henao chegou a ser suspenso pela equipa devido a irregularidades com o seu passaporte biológico no ano passado. O pior nunca se confirmou, mas Sergio Henao sempre demonstrou uma enorme ambição em colocar toda a sua qualidade na estrada e libertar-se de qualquer suspeita, colocando-se como um dos ciclistas de uma geração colombiana de luxo, liderada pelo inevitável Nairo Quintana. Vencer o Paris-Nice é uma afirmação dentro da Sky e Henao será mais um a pedir mais oportunidades em corridas de elevada importância.
Para a equipa britânica é também um triunfo muito relevante. Dado o momento conturbado que vive, com toda a suspeita sobre um pacote mistério dado a Bradley Wiggins, quando o ciclista estava na equipa, a conquista da Strade Bianche por intermédio de Michal Kwiatkowski e agora do Paris-Nice por parte de Sergio Henao, é uma espécie de regresso à normalidade, pelo menos a nível competitivo.
(Fotografia: Facebook Paris-Nice) |
A carreira de Alberto Contador não deverá ser muito mais longa. Se conquistar a Volta a França até poderá abandonar este ano. Caso contrário, Contador e De la Cruz não deveriam tornar-se grandes amigos, o que também não é exactamente novo entre ciclistas espanhóis. Não há nada a apontar a David de la Cruz. O ciclista encontrou estabilidade na Quick-Step Floors e depois de ter vencido uma etapa na Vuelta em 2016 e um top dez, este triunfo na derradeira tirada do Paris-Nice é a confirmação que Espanha não precisa de desesperar por ver as suas referências a aproximarem-se do fim de carreira sem terem substitutos. O talento e o potencial estão lá, agora é saber trabalhá-los e De la Cruz poderá tornar-se num ciclista muito interessante.
Quanto a portugueses, o único a participar na corrida francesa foi o campeão nacional José Mendes, que terminou no 98º lugar, a 1:28.54 horas. O ciclista da Bora-Hansgrohe tinha a função de ajudar o seu líder Jan Bárta, aproveitando também para preparar a sua estreia na Volta a Itália.
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