São 38 páginas publicadas pela UCI. Um documento há muito aguardado e que contou com a participação de federações e organizações que representam os ciclistas e equipas. O objectivo é simples: garantir a segurança dos corredores durante as competições e evitar os incidentes que nos últimos anos têm provocado acidentes, alguns graves, devido a choques entre carros ou motos contra os ciclistas. O objectivo pode ser simples, encontrar uma solução tem sido exactamente o contrário. 2016 acabou por ser um ano negro com, por exemplo, Stig Broeckx (Lotto Soudal) a ser duas vezes abalroado por uma moto. Da segunda vez ficou em coma durante vários meses. Já está a recuperar, mas o pior aconteceu a Antoine Demoitié (Wanty-Groupe Gobert) que morreu após uma moto o ter atingido, quando ficou envolvido numa queda colectiva. Tinha 25 anos.
A estes casos juntam-se muitos outros que valeram ferimentos e muitos pontos a vários ciclistas, como a Peter Sagan e Sérgio Paulinho na Vuelta de 2015 ou Johnny Hoogerland e Juan Antonio Flecha no Tour de 2011, entre outros exemplos. Em 2013, a UCI começou a realizar cursos de formação para os condutores, seja de carros ou motos. No entanto, foi claramente insuficiente dado o elevado número de incidentes que se foram acumulando nos últimos anos. Ciclistas e directores desportivos exigiam mudanças, pois estavam a correr elevados riscos de serem abalroados por veículos, fossem de apoio, dos meios de comunicação social ou até de transporte de convidados.
Entre as medidas agora anunciadas está a proibição dos veículos em ultrapassar os ciclistas nos cinco quilómetros antes de um sprint intermédio, ou dois quilómetros antes do final de uma subida ou zona de alimentação e também em zonas consideradas perigosas, que serão anunciadas pela Rádio Tour.
Nos carros não será permitido existir televisões na parte da frente do veículo (os carros das equipa terão de ter alguém no banco de trás a ver as imagens, caso queiram recorrer a este método) e os condutores, seja de carros ou motos, não podem utilizar o telemóvel, nem através de kits de mãos livres. Os níveis de álcool têm de estar a zero e também não podem utilizar qualquer tipo de droga.
Um dos pontos que certamente chama a atenção é a proibição de motos que transportem convidados. Tem sido uma das críticas mais apontadas, com muitas pessoas que não pertencem a corrida a passarem pelos ciclistas. Agora só nos carros. Mas também haverá um limite - e a regra é para todos -, pois cada carro só pode levar quatro pessoas, incluindo o condutor.
E numa instrução a pensar no trabalho dos repórteres de imagem e fotografia - e claro em garantir que os patrocinadores tem a exposição desejada - os veículos que estão na frente da corrida têm de acelerar no último quilómetro de forma a passar a meta e a zona dos profissionais de comunicação pelo menos 15 segundos antes do primeiro ciclista. O objectivo é evitar que tapem a captação de imagens ou fiquem nas fotografias.
Alguns dos pontos referidos no documento têm demonstrações gráficas de como os carros e motos se devem posicionar em determinadas fases da corrida (imagem ao lado).
O incumprimento das regras pode valer a expulsão imediata da competição e poderá mesmo resultar numa suspensão até um ano e uma multa entre 200 e mil francos suíços (cerca de 188 a 940 euros).
Só o tempo e a colocação em prática dirá se as novas regras terão o efeito desejado. Porém, depois de tanto tempo de espera e com a gravidade de vários acidentes, não há margem para erros, nem para se andar a fazer experiências.
Pode ler aqui o documento completo.
»»A pergunta que se impõe... ou talvez não««
»»Boonen deixou um aviso, mas também uma sugestão que dá que pensar««
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