Voeckler vai terminar a carreira no Tour (Fotografia: Facebook Direct Energie) |
Foi uma atribuição bem mais pacífica do que os convites dados para a Volta a Itália. A Amaury Sport Organisation (ASO) atribuiu os quatro wildcards para o Tour, com três das quatro equipas francesas do escalão Profissional Continental a serem escolhidas, assim como a belga Wanty-Groupe Gobert. Sem surpresa, Direct Energie, Cofidis e Fortuneo-Vital Concept vão voltar a marcar presença na Volta a França (de 1 a 23 de Julho). O destaque acaba por ir para a Direct Energie, pois Thomas Voeckler havia anunciado que queria terminar a carreira este ano no Tour e terá assim essa oportunidade.
Voeckler tem sido uma das figuras do ciclismo francês nos últimos 17 anos. Irreverente, por vezes polémico, um lutador incansável e, claro, o estilo inconfundível da língua de fora. Terá 38 anos quando cortar a meta em Paris pela última vez e o grande objectivo será conquistar pelo menos uma etapa (soma quatro na carreira no Tour) e quem sabe, sendo a derradeira prova da carreira, Voeckler tente ainda vestir novamente a camisola amarela ou mesmo tentar vencer a classificação da montanha, por exemplo. Será difícil repetir o feito de 2011, ano em que liderou durante dez etapas, terminando o Tour na quarta posição.
A Direct Energie também deverá apresentar Bryan Coquard, um sprinter a ganhar créditos a cada ano que passa e que quererá rivalizar com os melhores, começando por Nacer Bouhanni, que se se portar bem fora das corridas, deverá ser o líder da Cofidis. De recordar que em 2016 envolveu-se numa luta na noite antes da corrida de fundo dos nacionais. Deu um murrro a um homem que estaria a fazer barulho no hotel e acabou por se lesionar na mão, de tal forma que ficou de fora da Volta a França.
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A Fortuneo-Vital Concept deverá apresentar-se um pouco mais ambiciosa do que em 2016, pois contratou dois bons ciclistas franceses: Maxime Bouet (ex-Etixx-QuickStep) e Arnold Jeannesson (ex-Cofidis e que antes esteve seis anos na FDJ). No ano passado uma das figuras foi Armindo Fonseca, o luso-descendente que chegou a andar em fuga numa da etapa que foi muito falada por ter sido francamente aborrecida. O ciclista continua na equipa.
A Wanty-Groupe Gobert conseguiu o importante convite que comprova o crescimento da equipa belga. A atribuição do wildcard não é uma surpresa depois de no ano passado ter alcançado bons resultados, com destaque para a vitória na Amstel Gold Race por intermédio de Enrico Gasparotto, que entretanto mudou-se para a Bahrain-Merida. A presença de Yoann Offredo poderá ter sido uma ajuda para a Wanty, pois o ciclista francês alcançou alguns resultados interessantes na carreira, sempre ao serviço da FDJ.
Quem ficou de fora foi a Delko Marseille Provence. Porém, não há a polémica que se está a verificar em Itália, depois da organização ter deixado de fora duas equipas transalpinas na atribuição dos convites. A ASO compensou a Delko Marseille Provence com convites para o Paris-Nice e Critérium du Dauphiné e tendo em conta o tipo de ciclistas que a equipa tem, poderá ser mais benéfico na tentativa de conquistar algum resultado, mas claro que a nível de exposição do patrocinador, o desejo é sempre o Tour. Por esta estrutura passaram os gémeos Gonçalves: José em 2013 e 2014 e Domingos em 2014.
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