(Fotografia: Team Sky) |
Aos poucos foi sendo claro que as tréguas entre a União Ciclista Internacional (UCI) e a Amaury Sports Organisation (ASO) não iam durar muito. E a guerra recomeçou mesmo. A decisão de cortar o número de ciclistas por equipas nas grandes voltas de nove para oito e nas restantes provas de oito para sete, afinal não pode ser apenas decidido pelos organizadores das corridas. A alteração da regra terá de ser aprovada pelo Conselho de Ciclismo Profissional (PCC, sigla em inglês), um aviso feito este sábado pela UCI, que reagiu assim à novidade avançada ontem.
Pelo o que está escrito no comunicado do organismo, dificilmente a ASO (que organiza o Tour), a RCS Sport (Giro) e a Flanders Classics (Volta a Flandres) vão conseguir concretizar o objectivo. "Este assunto foi discutido na reunião de Novembro do PCC e ficou acordado em estudar detalhadamente as implicações de tal redução nos próximos meses, sem que haja alterações em 2017", lê-se na nota divulgada pela UCI. É ainda salientado que os organizadores de várias provas de ciclismo estão devidamente representados no PCC e que qualquer mudança nos regulamentos tem de ser acordado no Conselho.
Segundo os regulamentos da UCI, para reduzir o número de ciclistas por equipa, o pedido terá de ser feito até dia 1 de Janeiro do ano em que se realiza o evento em que se pretende essa diminuição.
Este alerta da UCI irá certamente irritar principalmente a ASO (não é segredo que quer reduzir a possibilidade de domínios como tem acontecido com a Sky na Volta a França). É um tema falado há anos, mas que no acordo alcançado este ano entre ambos, não estava referido. De recordar que a ASO ameaçou retirar as suas provas do calendário World Tour, incluindo o Tour, se não fossem feitas algumas alterações. Uma delas era a redução do número de equipas no escalão principal, que acabou por ser adiado para 2019 de forma a que a Dimension Data não ficasse de fora um ano depois de ter subido ao World Tour. Há ainda o polémico sistema de promoção e despromoção, também adiado para 2019 que ainda deverá dar que falar.
Apesar da diminuição do número de ciclistas por equipa ser algo que até é apoiado por alguns corredores e directores desportivos, que concordam que um pelotão mais pequeno também poderá significar maior segurança, quando ontem os organizadores anunciaram a alteração, Jonathan Vaughters, manager da Cannondale-Drapac, afirmou que não é nesta altura do ano que se fazem mudanças, quando as equipas já prepararam os plantéis a pensar em determinado número de ciclistas para as competições.
E como tem sido habitual na longa guerra entre UCI e ASO, agora é esperar pelo próximo capítulo.
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