Gilbert teve um 2011 fantástico (Fotografia: Flickr www.instants-cyclistes.fr) |
A época de 2011 continua a assombrar Philippe Gilbert. Naquele ano, o belga foi imbatível. Dominou as clássica das Ardenas, venceu a primeira etapa do Tour, vestindo a camisola amarela, foi campeão belga de fundo e de contra-relógio, venceu o Grande Prémio do Quebéque, a Volta a Bélgica, a Clássica de San Sebastian e até a primeira etapa na Volta ao Algarve (esta fica para nós, portugueses, recordarmos). Um ano que contou com outras vitórias e que tornaria Gilbert num ciclista muito cobiçado. Patrick Levefere, da actual Etixx-QuickStep, ter-lhe-á oferecido três milhões de euros, o que seria um substancial aumento tendo em conta os 1,2 milhões que ganhava na Omega Pharma-Lotto. O belga rumaria à BMC, mas nunca mais seria o mesmo, apesar de em 2012 ter ainda conseguido a camisola do arco-íris de campeão do mundo.
Gilbert eclipsou-se na BMC e para sempre viverá com as comparações com aquele 2011. No próximo ano juntar-se-á finalmente a Levefere, numa tentativa de aos 34 anos demonstrar que ainda tem algo para dar. Porém, quando começava a pensar em preparar as clássicas, o belga viu o ano de 2011 regressar para o assombrar novamente e desta vez com um custo elevado: 300 mil euros. É este o valor que Gilbert foi condenado a pagar à antiga equipa por quebra de contrato. O belga tinha assinado um vínculo para 2011 com opção para 2012. Perante a extraordinária temporada que teve, a equipa decidiu pagar-lhe um bónus de 715 mil euros, acreditando que Gilbert continuaria em 2012. No entanto, Gilbert não resistiu aos milhões que lhe foram acenados por outras equipas e assinou pela BMC.
Marc Coucke, então dono da companhia belga de ciclismo (BCC) que controlava a Omega Pharma-Lotto, começou por recorrer à UCI e ao TAS, mas acabou mesmo por seguir para a justiça. O caso arrastou-se por quatro anos, mas o tribunal de Gent decidiu agora que Gilbert quebrou o contrato. Porém, perante a incerteza se ficaria ou não em 2012, o juiz considerou que a quantia justa a devolver seria de 300 mil euros.
Duas questões ficam pendentes: primeiro Gilbert pode recorrer da decisão e falta saber quem irá receber o dinheiro caso se confirme a sentença. É que Coucke vendeu a sua empresa à americana Pierrigo Co. Plc, segundo o site belga Nieuwsblad.be.
Aquele 2011 foi memorável, mas a restante carreira de Gilbert é vivida sobre pressão de nunca sequer se ter aproximado dos resultados alcançados então (não esquecendo que entretanto já tinha duas vitórias no Giro di Lombardia e etapas na Vuelta) e agora esse ano ainda lhe pode custar caro… literalmente.
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