(Fotografia: www.dannychew.com) |
Danny Chew vive para o ciclismo. Em criança estabeleceu o objectivo de pedalar um milhão de milhas durante a sua vida (1.609.344 de quilómetros) e desde então que basicamente tudo o que faz é para cumprir a marca que estabeleceu. Não vive do ciclismo. Aliás, em vários textos lê-se que nem tem emprego fixo, ganhando um dólar aqui e acolá. Para Danny Chew tudo o que importa é pedalar e pode não ser um ciclista de renome, mas ganhou algumas das mais difíceis provas de endurance nos Estados Unidos. Aos 54 anos, Danny Chew viu a vida pregar-lhe uma partida ao fazer aquilo que mais gosta: uma queda durante o segundo dia de uma semana que queria fazer mil milhas, deixou-o paraplégico. Mas o americano não se deixa abater e enquanto cumpre o seu intenso programa de recuperação para aprender a trabalhar com a parte superior do corpo (está paralisado do peito para baixo), Chew já avisou amigos e famílias: se não pode concluir o seu objectivo a pedalar, fá-lo-á numa bicicleta movida pelas mãos.
O acidente aconteceu a 4 de Setembro. Danny Chew perdeu o controlo da bicicleta, não se sabe porquê, e caiu numa vala. Estava acompanhado por uma amiga, Cassie Schumacher que chamou de imediato a emergência médica. Porém, dias depois chegou a má notícia. Os danos na coluna são demasiado graves. Os médicos dizem que Chew não voltará a andar. Inicialmente, o americano esteve ligado a um respirador, mas a família e amigos já confirmaram que já respira por ele próprio e apesar do momento difícil em ter de aceitar que não voltará a andar na sua bicicleta, Chew tem demonstrado uma enorme força de vontade para concluir as cerca de 300 mil milhas que lhe faltam (482 803,2 quilómetros).
Natural de Pittsburgh, Danny Chew vive com a mãe de 84 anos, que sempre apoiou o seu estilo de vida, segundo se lê em vários textos que ao longo dos anos foram escritos sobre o ciclista. Sim, porque Chew pode não ter a fama que muitos ciclistas têm, no entanto, são muitos os que o querem conhecer, muitos os que ambicionavam pedalar ao seu lado. Em 1983 criou com cinco amigos a corrida "Dirty Dozen", na qual se sobe 13 das mais difíceis subidas locais, incluindo a que dizem ser a mais inclinada nos Estados Unidos (há quem diga do mundo): 37%. A tradição sempre foi Danny usar um apito para dar início à prova.
"Danny vive para andar na sua bicicleta. Ele não tem um emprego das 9 às 5, ele não tem filhos, nem é casado", escreveu um sobrinho numa plataforma de crowdfunding, que se destina a angariar dinheiro para ajudar Chew fazer frente às despesas médicas, e não só, que começam a acumular. "Danny é uma grande inspiração para muitas pessoas e para mim. O meu tio motivou-me para cumprir grandes objectivos e inspira-me em tudo o que faço na minha vida", acrescentou.
No site You Caring é possível fazer doações e ir acompanhando a recuperação de Danny Chew. No último texto colocado lê-se que será necessário realizar obras na casa de Danny, para a adaptar às suas novas necessidades. Refere ainda a esperança que o ciclista tem em cumprir o que falta do seu objectivo numa bicicleta movida pelas mãos, ainda que por agora tenha de cumprir um rigoroso calendário de recuperação. As mensagens de apoio que tem recebido têm sido importantes para o seu estado de espírito.
Danny Chew nunca procurou protagonismo, mas tornou-se numa referência em Pittsburg sendo conhecido, pois claro, pelo "Million Mile Man" (o homem das um milhão de milhas). Agora recebe o apoio de muitos conhecidos e desconhecidos para que conclua a sua incrível história, que ganhou um capítulo de drama inesperado, mas que o ciclista quer transformar num capítulo de superação.
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