Domingos Gonçalves é a mais recente contratação de uma Rádio Popular-Boavista que está a apostar em ciclistas de ataque como Filipe Cardoso, João Benta e o jovem Luís Gomes, não esquecendo Rui Sousa, que vai continuar por mais um ano. "É uma equipa atacante e de muita qualidade. Todos podem ganhar corridas", salientou Domingos Gonçalves ao Volta ao Ciclismo, admitindo que um dos pormenores que o levou a assinar pela formação axadrezada - que representou em 2012 e 2013 - foi precisamente o conjunto de atletas que vão compor a equipa em 2017. Depois de uma época algo frustrante na Caja Rural, o ciclista de Barcelos procurava uma equipa onde pudesse ter mais liberdade e discutir corridas. Gostaria de ter ficado pelo estrangeiro, mas perante os convites que recebeu, viu na Rádio Popular-Boavista a melhor escolha para relançar a carreira.
O trajecto de Domingos Gonçalves no ciclismo não tem sido pautado por muita estabilidade. Em 2014 foi para a La Pomme Marseille, onde estava o irmão gémeo. Porém, no ano seguinte, enquanto José Gonçalves seguiu para a Caja Rural, Domingos regressou a Portugal, assinando pela Efapel. Em 2016 voltou a estar ao lado do irmão, mas agora haverá uma nova separação. José vai para o World Tour, para representar a Katusha. Para Domingos, o Boavista até poderá ser visto como um passo atrás na carreira, contudo, talvez "para dar dois à frente". "Mas a vida não é assim tão fácil..." O ciclista não quer pensar se poderá voltar a competir numa equipa estrangeira. Aos 27 anos, Domingos Gonçalves está concentrado em aproveitar o presente: "Vou focar-me no Boavista. Não quero saber se para o ano vou para o estrangeiro ou não. Não vale a pena pensar no futuro. É melhor aproveitar a oportunidade que tenho."
"Este ano na Caja Rural foi o meu pior ano na Volta a Portugal e quero estar muito melhor"
Os adeptos do Boavista podem ficar descansados, pois vão ter um ciclista que quererá vencer: "Vou tentar ganhar algumas corridas, tenho liberdade para isso." E como não podia deixar de ser, a Volta a Portugal será o grande objectivo. "Espero estar bem. Este ano na Caja Rural foi o meu pior ano na Volta a Portugal e quero estar muito melhor", referiu. Domingos Gonçalves realçou também pretende em 2017 "tentar ser regular durante toda a temporada, ter o mesmo nível e não andar a ter muitos picos de forma".
2016 não foi uma boa temporada
Há algum tempo que Domingos Gonçalves sabia que não continuaria na equipa espanhola. "Esta época não correu muito bem em termos de resultados, mas aquilo que a equipa me pediu cumpri até final. Foi uma temporada que não deu para me segurar na Caja Rural." O ciclista afirmou que não fez mais porque os responsáveis não o colocaram em posição de tentar vencer. "Só tinha de estar ali... a ajudar os colegas, nunca me deixaram ter espaço para ganhar."
A desilusão era tal que se chegou a ouvir falar que Domingos poderia terminar prematuramente a sua carreira. "Era um boato", disse entre risos. "Eu quero mais. Eu podia ter dado mais esta temporada, mas foi uma época em que andei mais descansado, relaxado e nas corridas em que me apliquei mais as coisas não saíram..."
Para o atleta era importante encontrar uma equipa onde pudesse "andar mais do que aquilo" que andou em 2016. "Na W52-FC Porto e no Sporting-Tavira não dava para entrar por causa da média de idades e o Boavista é uma das melhores equipas em Portugal... É a melhor para relançar a minha carreira. Vou ter mais liberdade", frisou.
Afirmou não estar desiludido com a Caja Rural, mas ainda assim deixou um desabafo: "Eu não me importava de ser gregário. O problema às vezes é que se dá valor àqueles que ganham e aos que trabalham não. Chega-se ao final da época e é capaz, se for preciso, não se renovar o contrato ou baixar o salário. Aqueles que ganham têm sempre a hipótese, mas eles têm quem trabalhe para eles."
O salto para o World Tour do irmão
José Gonçalves teve uma época mais positiva, marcada pela vitória na Volta à Turquia. Um resultado de destaque, mas que se junta a muitas boas exibições que já o tinham colocado na mira de grandes equipas. "Ele podia ter saído mais cedo para o World Tour. Esteve mais um ano na Caja Rural, onde tinha mais liberdade para fazer o que quisesse. Mas não vamos estar a prender bons ciclistas no escalão Profissional Continental", explicou Domingos, que acrescentou que em Portugal estão ciclistas lusos com "qualidade para estar lá fora".
O objectivo internacional da Rádio Popular-Boavista
Rui Sousa concordou em prolongar a carreira mais um ano e manteve-se na equipa, tal como David Rodrigues, Ricardo Vale, Victor Etxeberria e Pablo Guerrero. Os axadrezados podem ter perdido Daniel Silva (terceiro classificado na Volta a Portugal), César Fonte e Frederico Figueiredo, mas foram à procura de reforços de luxo. A contratação de Filipe Cardoso animou os adeptos e o ciclista até tem um discurso idêntico ao de Domingos Gonçalves: ter mais liberdade foi essencial para assinar contrato e deixar a Efapel. João Benta vai regressar depois de ter evoluído bastante no Louletano, Luís Gomes é mais uma jovem aposta que vem da Liberty Seguros-Carglass. Daniel Sanchez (Extremadura) é também uma das novas caras para 2017.
O director desportivo da Rádio Popular-Boavista deixa elogios a Domingos Gonçalves e fala ainda da ambição da equipa. "O Domingos é um ciclista possante e com imensas qualidades. É um corredor de ataque e que disputa cada prova e cada classificação. Na Rádio Popurlar-Boavista terá liberdade para alcançar os seus objectivos e ser igualmente útil ao serviço do colectivo. Ficamos satisfeitos por renovar a sua ligação ao clube em especial numa época com esperada presença em novas competições internacionais", afirmou José Santos, numa declaração escrita na página de Facebook da equipa.
»»Filipe Cardoso: "Achei que deveria mudar e procurar uma equipa onde tivesse mais liberdade. O Boavista foi a melhor opção"««
»»Rui Sousa: "Desde o início da Volta a Portugal que as pessoas me diziam 'mais um ano, mais um ano'"««
»»José Gonçalves: "Na Katusha gostaria de ter liberdade numa ou noutra corrida"««
2016 não foi uma boa temporada
Há algum tempo que Domingos Gonçalves sabia que não continuaria na equipa espanhola. "Esta época não correu muito bem em termos de resultados, mas aquilo que a equipa me pediu cumpri até final. Foi uma temporada que não deu para me segurar na Caja Rural." O ciclista afirmou que não fez mais porque os responsáveis não o colocaram em posição de tentar vencer. "Só tinha de estar ali... a ajudar os colegas, nunca me deixaram ter espaço para ganhar."
A desilusão era tal que se chegou a ouvir falar que Domingos poderia terminar prematuramente a sua carreira. "Era um boato", disse entre risos. "Eu quero mais. Eu podia ter dado mais esta temporada, mas foi uma época em que andei mais descansado, relaxado e nas corridas em que me apliquei mais as coisas não saíram..."
Para o atleta era importante encontrar uma equipa onde pudesse "andar mais do que aquilo" que andou em 2016. "Na W52-FC Porto e no Sporting-Tavira não dava para entrar por causa da média de idades e o Boavista é uma das melhores equipas em Portugal... É a melhor para relançar a minha carreira. Vou ter mais liberdade", frisou.
"Eu não me importava de ser gregário. O problema às vezes é que se dá valor àqueles que ganham e aos que trabalham não"
Afirmou não estar desiludido com a Caja Rural, mas ainda assim deixou um desabafo: "Eu não me importava de ser gregário. O problema às vezes é que se dá valor àqueles que ganham e aos que trabalham não. Chega-se ao final da época e é capaz, se for preciso, não se renovar o contrato ou baixar o salário. Aqueles que ganham têm sempre a hipótese, mas eles têm quem trabalhe para eles."
O salto para o World Tour do irmão
Os gémeos Gonçalves vão voltar a estar separados |
José Gonçalves teve uma época mais positiva, marcada pela vitória na Volta à Turquia. Um resultado de destaque, mas que se junta a muitas boas exibições que já o tinham colocado na mira de grandes equipas. "Ele podia ter saído mais cedo para o World Tour. Esteve mais um ano na Caja Rural, onde tinha mais liberdade para fazer o que quisesse. Mas não vamos estar a prender bons ciclistas no escalão Profissional Continental", explicou Domingos, que acrescentou que em Portugal estão ciclistas lusos com "qualidade para estar lá fora".
O objectivo internacional da Rádio Popular-Boavista
Rui Sousa concordou em prolongar a carreira mais um ano e manteve-se na equipa, tal como David Rodrigues, Ricardo Vale, Victor Etxeberria e Pablo Guerrero. Os axadrezados podem ter perdido Daniel Silva (terceiro classificado na Volta a Portugal), César Fonte e Frederico Figueiredo, mas foram à procura de reforços de luxo. A contratação de Filipe Cardoso animou os adeptos e o ciclista até tem um discurso idêntico ao de Domingos Gonçalves: ter mais liberdade foi essencial para assinar contrato e deixar a Efapel. João Benta vai regressar depois de ter evoluído bastante no Louletano, Luís Gomes é mais uma jovem aposta que vem da Liberty Seguros-Carglass. Daniel Sanchez (Extremadura) é também uma das novas caras para 2017.
O director desportivo da Rádio Popular-Boavista deixa elogios a Domingos Gonçalves e fala ainda da ambição da equipa. "O Domingos é um ciclista possante e com imensas qualidades. É um corredor de ataque e que disputa cada prova e cada classificação. Na Rádio Popurlar-Boavista terá liberdade para alcançar os seus objectivos e ser igualmente útil ao serviço do colectivo. Ficamos satisfeitos por renovar a sua ligação ao clube em especial numa época com esperada presença em novas competições internacionais", afirmou José Santos, numa declaração escrita na página de Facebook da equipa.
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