Já passaram mais de 12 anos desde a morte de Marco Pantani. Desde então que o seu nome continuou a ser envolvido em eventuais recursos a doping e até foi investigada a possibilidade de ter sido assinado e um alegado envolvimento da máfia italiana na expulsão do Giro em 1999. Por mais que o nome de Pantani vá surgindo neste tipo de notícias, a verdade é que são muitos que o continuam a recordar como "Il Pirata" (a sua alcunha), como o ciclista de ataque, de espectáculo, um trepador exímio. A morte aos 34 anos acabou por contribuir ainda mais para a criação da lenda do italiano. Os equipamentos da Mercatone Uno ainda hoje são populares e algumas das bicicletas que utilizou são autênticas peças de museu.
E para os fãs que estejam em Londres entre 3 e 5 de Novembro, então é uma boa possibilidade de ver a Wilier com que Pantani estabeleceu aquele que é considerado o recorde na subida ao Alpe d'Huez: 37 minutos e 35 segundos. Não sendo uma marca confirmada, é a utilizada actualmente em termos de comparação. Aliás, no top cinco, Pantani tem três dos melhores tempos. A Wilier está guardada na sede da empresa em Itália, mas de vez em quando é cedida a alguma exposições, como é o caso da Rouleur Classic, na capital inglesa.
O modelo da bicicleta é a imagem do ciclismo nos anos 90. Era constituída por alumínio super leve, com a fina pedaleira Shimano Dura-Ace e os pedais, então muito populares, da Look. Um pedaço de história que tem sobrevivido às polémicas que Marco Pantani se envolveu em vida e que continuaram a surgir após a sua morte.
Pantani é simplesmente uma lenda do ciclismo. Além do seu estilo competitivo, a forma como se apresentava, fosse careca ou com o famoso lenço na cabeça, a barba em formato de pêra (que chegou a pintar de amarelo), as argolas... "Il Pirata" inspirou gerações de várias formas. A título de curiosidade, na Rouleur Classic haverá ainda possibilidade de conhecer Sean Kelly e Jan Ullrich.
A longa luta pela verdade
Em 1998 Marco Pantani viveu o seu melhor ano. Conquistou finalmente a primeira grande volta ao vencer o Giro d'Italia. Depois veio o Tour e Pantani continua a ser o último ciclista que venceu estas duas competições de três semanas no mesmo ano. No seu currículo contabiliza-se oito vitórias de etapas no Giro e outras tantas no Tour. Era um voltista puro, um trepador do melhor que o ciclismo já viu. No entanto, no ano seguinte a carreira de Pantani entraria numa espiral descendente, que o arrastaria para uma depressão.
Quanto parecia que "Il Pirata" estava a caminho de garantir o seu segundo Giro, Pantani é expulso da corrida antes da penúltima etapa começar, pois um exame antidoping detectou um elevado nível de hematócrito (o regulamento de então não permitia que estivesse acima dos 50%). Foi o início do descalabro de Pantani. O ciclista refugiou-se na cocaína e a 14 de Fevereiro de 2004 foi encontrado morto no quarto de um hotel. A autópsia determinou uma overdose como causa de morte. Mas a família nunca aceitou esse relatório. Com a ajuda de um detective privado, os pais conseguiram que a investigação fosse reaberta em Agosto de 2014. Uma análise ao sangue e urina do ciclista, feita em Março 2015, contrariou os resultados oficiais, que davam o uso de cocaína como principal causa, reforçando ainda mais o caso dos familiares. O novo relatório indicava que os vestígios da droga eram mínimos e que o corpo tinha doses elevadas de dois componentes de medicamentos para a depressão.
A família defende que Pantani foi sido assassinado, tendo sido obrigado a beber um cocktail de drogas fatal. Porém, em Junho deste ano, um juiz determinou que as conclusões apresentadas apenas reforçaram aquela que foi determinada inicialmente: Marco Pantani morreu devido a uma overdose de drogas. A investigação foi fechada.
Restava ainda à família a teoria que o ciclista tinha sido vítima de uma conspiração da máfia italiana, que o tinha levado a ser expulso do Giro em 1999, momento que provocou a depressão do ciclista. Um possível sistema de apostas estaria na base da falsificação do exame antidoping que levou à expulsão da competição que o italiano se preparava para vencer. Em Agosto chegou mais uma má notícia para os pais de Pantani. Os investigadores concluíram que não havia provas que sustentassem as alegações dos familiares. Mais um caso encerrado.
Os últimos anos de vida e a sua morte talvez fiquem sempre envolvidos em algum mistério. Ficarão também para sempre as alegações que Marco Pantani participava no sistema de doping sistemático no pelotão naquela década, que o escândalo de Lance Armstrong expôs. Mas uma coisa é ainda mais certa: para sempre ficarão as fantásticas exibições do Pirata do ciclismo que continua hoje a ser admirado, apesar de todas as alegações que vieram a público.
A família defende que Pantani foi sido assassinado, tendo sido obrigado a beber um cocktail de drogas fatal. Porém, em Junho deste ano, um juiz determinou que as conclusões apresentadas apenas reforçaram aquela que foi determinada inicialmente: Marco Pantani morreu devido a uma overdose de drogas. A investigação foi fechada.
Restava ainda à família a teoria que o ciclista tinha sido vítima de uma conspiração da máfia italiana, que o tinha levado a ser expulso do Giro em 1999, momento que provocou a depressão do ciclista. Um possível sistema de apostas estaria na base da falsificação do exame antidoping que levou à expulsão da competição que o italiano se preparava para vencer. Em Agosto chegou mais uma má notícia para os pais de Pantani. Os investigadores concluíram que não havia provas que sustentassem as alegações dos familiares. Mais um caso encerrado.
Os últimos anos de vida e a sua morte talvez fiquem sempre envolvidos em algum mistério. Ficarão também para sempre as alegações que Marco Pantani participava no sistema de doping sistemático no pelotão naquela década, que o escândalo de Lance Armstrong expôs. Mas uma coisa é ainda mais certa: para sempre ficarão as fantásticas exibições do Pirata do ciclismo que continua hoje a ser admirado, apesar de todas as alegações que vieram a público.
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