A 99ª edição da Volta a Itália promete espectáculo. A primeira grande corrida de três semanas do ano começa esta sexta-feira. Muitas vezes o Giro sofre da falta de grandes protagonistas, mais concentrados na Volta a França. Um ou outro vai aparecendo, como foi o caso de Alberto Contador em 2015, mas este ano, apesar dos principais nomes (Froome, Quintana e Contador) não estarem presentes, a corrida tem um lote de ciclistas muito interessante.
A começar com Vincenzo Nibali (Astana): O italiano, vencedor das três voltas, regressa a casa. Depois temos Alejandro Valverde (Movistar): conquistado o objectivo de estar no pódio do Tour, o espanhol quer agora um resultado idêntico no Giro e deu indicações que se preparou muito bem para a competição. Mas grande parte das atenções estará centrada em Mikel Landa: o espanhol da Sky é o principal favorito à vitória. Se conseguir será a sua primeira em grandes voltas e também a primeira da equipa britânica no Giro.
O percurso parece ser mais simpático para Vincenzo Nibali. O longo contra-relógio não assusta o italiano, nem Valverde, mas preocupa Landa, que confessou que será a sua prova de fogo. As longas descidas previstas também devem agradar a Nibali, sendo que mais uma vez Valverde poderá ser, deste trio, aquele mais capacidade tem para acompanhar o italiano.
Mas esta Volta a Itália não se resume a três ciclistas. Rigoberto Uran (Cannondale), Rafal Majka (Tinkoff) e Johan Esteban Chaves (Orica) são nomes a ter muito em conta. Uran tem apostado forte no Giro, já tendo dois segundos lugares. Mudou de equipa (estava na Etixx) e terá o português André Cardoso a seu lado.
Outro ciclista a acompanhar será Ilnur Zakarin. O russo da Katusha tem evoluído muito. No ano passado ganhou uma etapa no Giro, mas este ano parece estar preparado e com a ambição de, aos 26 anos, liderar a equipa a um resultado melhor que "apenas" um top dez.
Curiosidade ainda para ver o que poderão fazer Domenico Pozzovivo e Jean-Cristophe Peraud (que tal como Valverde esta ano não aposta no Tour), ambos da AG2R, e Steven Kruijswijk (LottoNL-Jumbo).
Quanto a Tom Dumoulin (Giant), depois da brilhante performance na Volta a Espanha, o holandês já avisou que está no Giro com o objectivo de ganhar etapas, provavelmente apostando forte nos contra-relógios. Um discurso para tentar afastar alguma pressão, ainda assim, também em 2015 Dumoulin não chegou à Vuelta com a ambição principal de lutar pela vitória. E depois foi o que se viu.
Relativamente aos sprinters, Marcel Kittel (Ettix-QuickStep) terá concorrência, principalmente a que tem a motivação de pedalar em casa: Elia Viviani (Sky), Sacha Modolo (Lampre-Merida), Giacomo Nizzolo (Trek-Segafredo) e Matteo Pelucchi (IAM). A estes nomes juntam-se André Greipel (Loutto Soudal), Arnaud Démare (FDJ) e Caleb Ewan, com a Orica a ter ainda um plano B chamado Luka Mezgec.
A primeira etapa será para os contra-relogistas. Fabian Cancellara (Trek-Segafredo) aposta forte, pode mesmo dizer-se que aposta tudo, nos 9,8 quilómetros em Apeldoorn, na Holanda. Até Tom Dumoulin, que começa o Giro no seu país, dá o favoritismo ao suíço. Porém, Cancellara anunciou que está doente, lançando dúvidas sobre as condições em que vai competir. Apesar da curta distância, Nibali e Valverde poderão tentar colocar desde já alguma distância para Landa.
A Volta a Itália terá transmissão no Eurosport a partir das 13:30.
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