O mês de Abril foi particularmente positivo para Rui Costa. Num ano em que o português mudou um pouco os seus objectivos e em que acaba contrato com a Lampre-Merida, será que estaremos perante uma mudança no rumo da carreira do ciclista português?
Desde que em 2014 rumou à Lampre-Merida, com camisola de campeão do mundo conquistada meses antes, que Rui Costa assumiu que a mudança devia-se ao desejo de terminar no top dez da Volta a França. A Movistar tinha Alejandro Valverde e um jovem Nairo Quintana então apontado como o próximo líder da equipa. Sendo um dos ciclistas mais pretendidos do pelotão - em 2013 tinha ainda vencido duas etapas no Tour - a escolha da equipa italiana surpreendeu, visto não ser das mais fortes do World Tour.
No entanto, Rui Costa viu na Lampre a oportunidade de ser um líder. O tempo foi passando e apesar de alguns bons resultados - terceiro na Volta ao Algarve e na Volta à Lombardia, segundo no Paris-Nice, venceu a Volta a Suíça - o Tour acabou por ser uma desilusão, tendo abandonado perto do final. 2015... 2016 e o mesmo destino.
Apesar das muitas promessas de ser construída uma equipa em redor de Rui Costa, equipa é o que tem existido pouco na Lampre. O português tem estado constantemente a ter de trabalhar sozinho e este ano nem Nelson Oliveira lá está para o ajudar (transferiu-se para a Movistar). O irmão, Mário Costa, não consegue ser na estrada o apoio que certamente é emocionalmente.
O objectivo de um top dez era ambicioso, mas absolutamente possível de se concretizar para Rui Costa. No entanto, e dada a forte concorrência, sem o apoio de uma equipa, essa ambição ganhou contornos de missão impossível, como ficou comprovado. O ciclista parece finalmente assumir isso, sem que o diga publicamente. Numa entrevista ao Eurosport, Rui Costa admitiu que este ano vai à procura de vitórias de etapas e não do top dez. A decisão não podia estar mais acertada. Sem equipa, mas com as suas características e inteligência táctica, é uma missão mais viável. E a escolha é ela própria outra demonstração de inteligência. Vitórias de etapa em grandes voltas serão muito mais importantes e memoráveis do que um ou outro top dez numa grande volta.
Porém, Rui Costa, de 29 anos (faz 30 a 5 de Outubro), também está a apostar muito forte noutras capacidades que tem e que são aquelas que podem trazer-lhe mais vitórias no futuro próximo. O português é um ciclista com as características certas para certas corridas de um dia, com o perfil de uma Liège-Bastogne-Liège, por exemplo, e para as provas de uma semana. E os resultados provam isso mesmo.
A aposta neste tipo de provas em 2016 é notória. Rui Costa entrou sempre para ganhar. Nas clássicas de Abril foi 17º na Amstel, 10º na Flèche Wallonne e terceiro na Liège-Bastogn-Liège. O mês tinha começado com um sétimo lugar na geral da Volta ao País Basco e para acabar, um sexto na Volta à Romandia. E recuando a Março, foi 10º no Paris-Nice. Para quem não tem equipa...
A confirmar-se uma mudança de rumo, tal também poderá significar um Rui Costa mais ganhador, pois deixando a Volta a França de ser um objectivo quase único - como aconteceu quando chegou à Lampre -, o português dividirá ambições, sabendo que apostará sempre muito forte em ganhar uma das corridas com a qual mais sonha: a Liège, um dos cinco monumentos do ciclismo.
A acabar contratado com a Lampre e com a equipa italiana a continuar sem ter reforços que assumam que Rui Costa é o líder indiscutível - aliás, até assumiu esta terça-feira o interesse em contratar Alberto Contador -, não será surpresa ver Rui Costa mudar de ares. E ao alterar os seus objectivos, o leque de escolha também aumentará. Não há muitas equipas World Tour à procura de líderes indiscutíveis. Esses lugares estão actualmente mais ou menos preenchidos. Mas um ciclista que garante bons resultados praticamente o ano todo, esse tipo de atleta tem sempre pretendentes.
Desde que em 2014 rumou à Lampre-Merida, com camisola de campeão do mundo conquistada meses antes, que Rui Costa assumiu que a mudança devia-se ao desejo de terminar no top dez da Volta a França. A Movistar tinha Alejandro Valverde e um jovem Nairo Quintana então apontado como o próximo líder da equipa. Sendo um dos ciclistas mais pretendidos do pelotão - em 2013 tinha ainda vencido duas etapas no Tour - a escolha da equipa italiana surpreendeu, visto não ser das mais fortes do World Tour.
No entanto, Rui Costa viu na Lampre a oportunidade de ser um líder. O tempo foi passando e apesar de alguns bons resultados - terceiro na Volta ao Algarve e na Volta à Lombardia, segundo no Paris-Nice, venceu a Volta a Suíça - o Tour acabou por ser uma desilusão, tendo abandonado perto do final. 2015... 2016 e o mesmo destino.
Apesar das muitas promessas de ser construída uma equipa em redor de Rui Costa, equipa é o que tem existido pouco na Lampre. O português tem estado constantemente a ter de trabalhar sozinho e este ano nem Nelson Oliveira lá está para o ajudar (transferiu-se para a Movistar). O irmão, Mário Costa, não consegue ser na estrada o apoio que certamente é emocionalmente.
O objectivo de um top dez era ambicioso, mas absolutamente possível de se concretizar para Rui Costa. No entanto, e dada a forte concorrência, sem o apoio de uma equipa, essa ambição ganhou contornos de missão impossível, como ficou comprovado. O ciclista parece finalmente assumir isso, sem que o diga publicamente. Numa entrevista ao Eurosport, Rui Costa admitiu que este ano vai à procura de vitórias de etapas e não do top dez. A decisão não podia estar mais acertada. Sem equipa, mas com as suas características e inteligência táctica, é uma missão mais viável. E a escolha é ela própria outra demonstração de inteligência. Vitórias de etapa em grandes voltas serão muito mais importantes e memoráveis do que um ou outro top dez numa grande volta.
Porém, Rui Costa, de 29 anos (faz 30 a 5 de Outubro), também está a apostar muito forte noutras capacidades que tem e que são aquelas que podem trazer-lhe mais vitórias no futuro próximo. O português é um ciclista com as características certas para certas corridas de um dia, com o perfil de uma Liège-Bastogne-Liège, por exemplo, e para as provas de uma semana. E os resultados provam isso mesmo.
A aposta neste tipo de provas em 2016 é notória. Rui Costa entrou sempre para ganhar. Nas clássicas de Abril foi 17º na Amstel, 10º na Flèche Wallonne e terceiro na Liège-Bastogn-Liège. O mês tinha começado com um sétimo lugar na geral da Volta ao País Basco e para acabar, um sexto na Volta à Romandia. E recuando a Março, foi 10º no Paris-Nice. Para quem não tem equipa...
A confirmar-se uma mudança de rumo, tal também poderá significar um Rui Costa mais ganhador, pois deixando a Volta a França de ser um objectivo quase único - como aconteceu quando chegou à Lampre -, o português dividirá ambições, sabendo que apostará sempre muito forte em ganhar uma das corridas com a qual mais sonha: a Liège, um dos cinco monumentos do ciclismo.
A acabar contratado com a Lampre e com a equipa italiana a continuar sem ter reforços que assumam que Rui Costa é o líder indiscutível - aliás, até assumiu esta terça-feira o interesse em contratar Alberto Contador -, não será surpresa ver Rui Costa mudar de ares. E ao alterar os seus objectivos, o leque de escolha também aumentará. Não há muitas equipas World Tour à procura de líderes indiscutíveis. Esses lugares estão actualmente mais ou menos preenchidos. Mas um ciclista que garante bons resultados praticamente o ano todo, esse tipo de atleta tem sempre pretendentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário