5 de maio de 2016

Chegou a vez de Mikel Landa

(Fotografia: Team Sky)
Há um ano, Mikel Landa era praticamente um ilustre desconhecido. Até à Volta a Itália de 2015, questionava-se em Espanha quem seriam os sucessores de uma excelente geração que se aproxima do final da carreira, como é o caso de Alejandro Valverde, Joaquin Rodríguez, Samuel Sánchez e, claro, Alberto Contador. De um momento para o outro surge uma resposta: Mikel Landa. O ciclista já tinha alguns resultados interessantes, mas nada que fizesse prever que se tornaria numa das estrelas do Giro, quase ofuscando o líder Fabio Aru.

Naquela Volta a Itália, Landa tornar-se-ia um novo Froome. Tal como aconteceu na Volta a França em 2012, quando Chris Froome mostrou estar muito forte, mas foi obrigado a trabalhar para Bradley Wiggins, em 2015 foi a vez de Landa dar um espectáculo idêntico. Só não foi uma ameaça maior para a geral porque tem um grande problema chamado contra-relógio, o que não admira, visto que fez parte da sua formação na extinta Euskatel-Euskadi, uma das piores equipas no que diz respeito a esta modalidade do ciclismo.

Ainda assim venceu duas etapas, fez terceiro no final... e chamou a atenção da Sky. Com Nibali e Aru a ocupar os lugares de líderes na Astana - e Aru não ficou particularmente feliz com as exibições do espanhol no Giro -, Landa não hesitou em optar pela equipa britânica, sabendo que se no Tour Froome é intocável, o Giro e a Vuelta são duas competições em aberto para ele.

Agora todas as atenções estão em Landa. Agora a perspectiva não é apenas que repita o que fez há um ano, mas também que ganhe o Giro. A Sky assim o espera. A equipa quer ir além da Volta a França. Conquistou finalmente um monumento na Liège-Bastogne-Liège e sente que é altura de alargar horizontes às outras grandes voltas.




Nicolas Roche e Mikel Nieve (este último como substituo de Sergio Henao, novamente com problemas devido a suspeitas de doping) foram chamados para acompanhar Landa. Se apoio não lhe falta, a questão é: como vai ser no contra-relógio de 40 quilómetros?  "Vai ser a minha prova de fogo", admitiu Landa ao jornal AS. Acrescentou que trabalhou muito durante o Inverno o contra-relógio, principalmente a sua posição na bicicleta. "Será um desafio para mim e veremos se melhorei."

A expectativa para ver Landa em acção é grande. O espanhol começou tarde a temporada, só no final de Março. Mas na Volta ao País Basco mostrou-se com uma vitória de etapa e no Giro del Trentino - competição vista como um dos grandes testes para quem vai à Volta a Itália - Landa venceu com categoria.

Juntamente com Valverde - que também está a ter um ano muito animador - Landa é quem aparenta apresentar-se melhor para a primeira grande volta do ano.

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